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embuste, farsa, FMI/UE/BCE, pacto de agressão, PSD\CDS\PS, Roubo, Troika
PS, PSD e CDS assinaram um pacto com o FMI, o Banco Central Europeu e a União Europeia. Nesse pacto, PS, PSD e CDS entregaram o que restava da soberania política e económica do país a instituições que são simultaneamente parte do cérebro e das mãos do sistema capitalista global. Nesse pacto, os partidos da tróica doméstica cederam à tróica ocupante a capacidade de interferir directamente e sem limitações no destino do país, na forma como este se organiza, nos direitos que consagra aos seus cidadãos, nos serviços que lhes presta. Ou seja, o pacto redefine a própria organização do estado. O Estado foi transfigurado pela força da prática, à margem de um projecto constitucional que subsiste e é o último reduto de uma democracia profundamente debilitada, praticamente limitada aos direitos políticos e, mesmo esses, vendo estreitado o seu livre exercício.
O pacto firmado entre as marionetas do patronato nacional e o grande capital transnacional foi assim uma espécie de aliança da grande burguesia nacional e internacional, no sentido de “recalibrar” o papel do Estado na materialização de direitos. PS, PSD e CDS assinaram um pacto em que assumiam o compromisso de expulsar do país milhares e milhares de homens e mulheres trabalhadores, retirar o direito ao trabalho a mais 500 mil portugueses, roubar os resultados do trabalho e a estabilidade familiar a todos, roubar parte das pensões de reforma, aumentar o horário de trabalho e diminuir as prestações sociais a todos os grupos que delas carecem. Nesse mesmo pacto, cada uma dessas acções é acompanhada de uma medida que restabelece privilégios àqueles que gozavam de todas as benesses antes da Revolução. Por outras palavras, os direitos de milhões foram substituídos por privilégios de dezenas, recuperando em muitos aspectos visões fascistas da economia e do próprio Estado. Um Estado pago por nós, mas ao serviço de quem nos explora.
Se Abril nunca se cumpriu verdadeiramente, o pacto assinado com a tróica ocupante, foi a garantia da tróica doméstica de que assume o compromisso de tudo fazer para impedir a concretização desse projecto e a afirmação dos seus valores. Esse compromisso foi honrado com o sangue dos portugueses, pela pena dos seus carrascos.