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acordo, agravamento da exploração, apoio à banca, ataque às pequenas empresas, BPN, CDS, Coelho, direitos do povo, funções do estado, ilegitimidade, ingerência, Portas, privatizações, PS, PSD, quebra no investimento público, redução dos salários e das pensões, Reformados, Sócrates, Soberania Nacional, Troika
Desmentindo a operação montada por PS, PSD e CDS, as medidas previstas são a maior agressão aos direitos do povo e aos interesses do país desde os tempos do fascismo. Trata-se de um programa ilegítimo de intervenção externa, construído para favorecer os grupos económicos e financeiros nacionais e estrangeiros, que aprofunda e desenvolve tudo o que foi rejeitado no PEC IV. Um ataque sem precedentes à soberania e independência, só possível pelo papel de abdicação dos interesses nacionais que PS, PSD e CDS estão a assumir.
Uma intervenção que, a concretizar-se, contribuiria para o agravamento da recessão económica, do desemprego e da pobreza – decorrente da quebra no investimento público, da redução dos salários e das pensões, do ataque às pequenas empresas – bem como para o agravamento da dependência externa. Uma intervenção e uma ingerência que o povo português não pode aceitar e que agravaria, a ser aplicada, todos os problemas nacionais, incluindo as condições para o pagamento da dívida externa.
Eis uma síntese de algumas das muitas medidas previstas.
Agravamento da exploração
– Facilitação e embaratecimento dos despedimentos, reduzindo a indemnização paga pelo patronato de 30 para 10 dias (por ano de trabalho) e alargando as possibilidades de despedimento por “justa causa”;
– Redução da duração máxima do subsídio de desemprego para um máximo de 18 meses e limitação do seu montante a 2,5 IAS, com redução sistemática do seu valor após seis meses;
– Flexibilização do horário de trabalho por via do “banco de horas”, redução do valor pago pelas horas extraordinárias;
– Ataque à contratação colectiva e ao papel dos sindicatos na negociação
Ataque aos rendimentos de trabalhadores e reformados
– Congelamento do salário mínimo nacional e desvalorização geral dos salários por via da alteração da legislação de trabalho e do subsídio de desemprego;
– Diminuição real de todas as pensões e reformas durante três anos, incluindo as pensões mínimas, e corte das de valor superior a 1500 euros;
– Aumento do IVA, designadamente nas taxas de bens e serviços essenciais, e de outros impostos indirectos;
– Aumento do IRS por via da redução/eliminação de deduções ficais (saúde, educação, habitação), incluindo o agravamento da tributação das reformas e pensões e introdução do pagamento de imposto sobre rendimentos de apoios sociais;
– Eliminação das isenções de IMI nos primeiros anos após a compra da casa, a par do aumento dos valores matriciais de referência e das taxas aplicadas;
– Aumento dos preços de energia eléctrica e do gás, por via da sua liberalização e do agravamento do IVA;
– Aumento do valor das rendas e facilitação dos despejos;
– Continuação dos cortes nas prestações sociais;
– Agravamento significativo das taxas moderadoras, diminuição das comparticipações dos medicamentos;
Ataque aos trabalhadores e às funções do Estado
– Cortes significativos na saúde, educação, justiça, administração local e regional;
– Encerramento e concentração de serviços (hospitais, centros de saúde, escolas, tribunais, finanças e outros serviços da administração central e regional);
– Congelamento durante três anos dos salários dos trabalhadores da administração pública; redução de dezenas de milhares de postos de trabalho na administração pública;
– Eliminação de freguesias e municípios em número significativo, afastando vastas zonas do território e largas camadas da população de serviços essenciais;
Privatizações
– Privatizações – aceleração da entrega de empresas e participações estratégicas ao capital privado;
– Já em 2011 privatização da participação do Estado na EDP, da REN e da TAP;
– Alienação dos direitos especiais do Estado (“golden shares”) em empresas estratégicas como a PT;
– Privatização da Caixa Geral de Depósitos no seu ramo segurador (mais de 30% da actividade financeira do grupo), bem como de outros sectores de actividade, designadamente no estrangeiro;
– Extensão do processo de privatizações às empresas municipais e regionais;
– Ofensiva contra o sector público de transportes de passageiros e mercadorias, designadamente com a privatização da ANA, CP Carga, Linhas ferroviárias suburbanas, gestão portuária, etc.;
– Venda generalizada de património público;
– Transferência para o sector privado, por via do encerramento e degradação de serviços públicos, de vastas áreas de intervenção até aqui asseguradas pelo Estado;
Mais apoios à banca e grupos económicos
– Banca e grupos económicos isentos de qualquer medida de penalização;
– Transferências de 12 mil milhões de euros para a banca, acrescida de garantias estatais no valor de 35 mil milhões de euros;
– Consumação da assunção pelo Estado dos prejuízos da gestão fraudulenta do BPN, através da sua privatização até Julho de 2011, sem preço mínimo e liberta de qualquer ónus para o comprador;