O mote está lançado. Políticos e politólogos, analistas e comentadores, economistas e jornalistas, defensores do pensamento único, mais ou menos neoliberal, com presença assegurada na comunicação social dominante, vão fugir como o Diabo da Cruz de certas realidades.
É certo e sabido que nos vão esconder que quando foi criado, um euro equivalia cerca de 1,1 dólares norte-americanos. Hoje, um euro equivale cerca de 1,48 dólares. Em 12 anos, o euro valorizou-se pois em 34,5%. Valorização esta que significa que, só por esta via, o preço da produção portuguesa encareceu cerca de 34,5%.
Todos a uma só voz insistem (e insistirão) até à exaustão nos valores da dívida pública. No final de 2010, a dívida bruta consolidada do Estado era de 160.470,1 milhões de euros, ou seja, 93% do PIB. Poucos nos dirão que, no mesmo período, a dívida externa bruta do sector bancário era de 174 342 milhões de euros, ou seja, 101,4%. E que, segundo o Banco de Portugal, o endividamento do sector privado não financeiro se cifrou em 224% (!!!) do PIB em 2010. Com 129% relativos às «sociedades não financeiras» e 95% aos «particulares». E silenciarão que «A banca que financiou este défice tem o maior rácio crédito/depósitos na Europa.» (Nº 1 do chamado «Acordo» entre as troikas – FMI/BCE/CE e PS/PSD/CDS). Continuar a ler →