1. Os debates bilaterais integrados na pré-campanha para o acto eleitoral de 5 de Junho iniciaram-se na RTP1 com Jerónimo de Sousa e Paulo Portas. Findo o debate, aconteceram os habituais comentários dos supostos peritos em Politologia, ciência que surgiu recentemente como um dos mais importantes pilares dos saberes nacionais, e breves referências ao que nele se dissera surgiram dispersas por telenoticiários posteriormente transmitidos. Em quase todos eles, tal como em títulos na imprensa da manhã seguinte, surgiu destacado o registo de uma advertência repetidamente dirigida pelo presidente do CDS-PP ao secretário-geral do PCP: «– Não se engane de adversário!», disse ele. Era decerto um aviso amigável, generoso, mesmo fraterno, não fosse Jerónimo de Sousa, presumivelmente inexperiente nestas coisas da luta política onde só está envolvido desde que o dr. Portas andava no colégio, enganar-se e tomar caminhos equivocados. Mais concretamente: não fosse Jerónimo de Sousa supor que o CDS-PP é um partido de direita, admirado e apoiado por figuras emblemáticas do grande empresariado e da mais bem abastecida finança, em larga medida herdeiro muito legítimo de princípios e valores característicos de um certo regime que acabou em Abril de 74. A repetição do aviso de Paulo a Jerónimo revelava, pois, uma grande preocupação. Justificada, reconheça-se. Continuar a ler
Um homem preocupado – Correia da Fonseca
15 Domingo Maio 2011
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