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Motiva a interrogação norteadora deste artigo o ensurdecedor silêncio da(s) direita(s) lusa(s) perante as sucessivas impertinências e prepotências – no início a coberto dos segredos da diplomacia, ultimamente, à vista de toda a gente – com que a Srª Merkel tem brindado algumas nações soberanas da Europa.
Primeiro, tivemos o telefonema para o presidente da Itália sugerindo (ordenando) a demissão do primeiro-ministro desse país. Depois, o caso da proposta de controle da execução orçamental da Grécia através de um Comissário Europeu. Agora, a nomeação da Madeira como péssimo exemplo da aplicação dos Fundos Europeus.
Não tem o autor destas linhas qualquer simpatia, na substância, pela política recentemente seguida na Itália, na Grécia ou na Madeira e, muito menos, pela forma como o fazem personagens do calibre de Berlusconi ou de Alberto João. Simplesmente há coisas que um Estadista não faz. Uma delas é dar palpites ou fazer comentário a questões do âmbito da soberania de países que não o seu.
Mas de volta ao início. Porque anda a Direita silenciosa? Eu sei que em muitos momentos da história vimos a direita a abrir as portas à ocupação e domínio estrangeiro. A segunda guerra mundial é talvez o melhor exemplo. Face à força da besta nazi assumiram o papel de colaboracionistas, é justo dizer nem todos (os de direita) o fizeram.
É verdade que o actual governo assumiu a postura de força colaboracionista e o que o actual primeiro-ministro vai regularmente a despacho a Berlim. É verdade que o PS, o PSD e o CDS assumiram o papel de colaboracionismo com a troika estrangeira. Mas, a pergunta é esta – no debate das ideias a questão patriótica não diz nada a liberais, conservadores … e sociais-democratas?