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CDS, escola de quadros, melo, moedas, Portas, PSD, rangel, salvadores da pátria, Universidade de Verão, zombies
“Idiotai” era a palavra que os antigos gregos diziam aos que, ousando abrir a boca na coisa política, só lhes entrava mosca, enquanto lhes saía asneira. A evolução da palavra dispensa comentários. Até porque os “idiotas” continuam entre nós. Talvez seja, por isso, que os partidos políticos comecem a “idiotar” os seus jovens militantes em idades cada vez mais tenras.
Se levarmos em linha de conta o número de «cursos», «escolas» e «universidades» patrocinados por alguns partidos, ao longo de cada verão, podemos concluir que, em todos eles, convergem duas grandes linhas de força: o vazio e a ambição dos seus frequentadores. Este verão, lá tivemos mais do mesmo filme. Porém, o filme deste ano, repetindo-se tantas vezes, ora em directo, ora em diferido nas televisões nacionais, revelou, com mais clareza, o que eu suspeitava há muito: este tipo de cursos ora serve para Zombies ora promove Salvadores da Pátria.
Os Zombies não estão lá para estudar. Estão lá para fazer número. Os Salvadores da Pátria, eles próprios, também não estudam. Estão lá para salvar. E salvam-se com duas ou três frases nas televisões, transmitindo (quanto mais cedo, melhor!) as «idiotices» do seu partido (quantas mais vezes, melhor!). Parece isto banal? Puro engano. É cabalístico e de efeito seguro. Um Paulo Rangel, lançado de fugida numa UVL (Universidade de Verão dos Laranjinhas) ou um Nuno Melo, espadeirando a plateia numa EQP (Escola de Queques (perdão, de Quadros) Populares), vale 500.000.000 unidades de estreptomicina para os Zombies e equivale à vitamina C de dois mil limões para os Salvadores da Pátria. Daí que, verão após verão, aumentem as afluências a este tipo de cursos, o que desperta um interesse cada vez maior das televisões.