Ao lado deste texto, duas fotografias captadas pelo flash da máquina de Carlos Pinho, dialogam sobre os valores da vida humana, do meio ambiente e da religião.
Ambas nos mostram a velha capelinha de Ponte de Telhe.
Confuso? Na justa medida. É que, nas duas fotografias, a velha capelinha está e não está.
Numa imagem, um enorme guindaste fixa-se apenas a uma pisada deixada no chão, dando ares de autor da obra que colocou fim à existência da antiga capela naquele lugar: o aparecimento de mais irmãos reclama a construção de uma nova igreja. Mais moderna, com mais lugares. Daí que a antiquíssima capela fosse abaixo sob a égide de todos os poderes temporais e fabriqueiros.
Na outra imagem, apenas o entulho da capelinha, entretanto transladada para outro lugar. De cima abaixo, aí a temos, disposta em cascata por uma encosta, a que só o rio Paivô consegue travar o passo.
As duas fotografias podem ser olhadas como ilustração de um manual sobre danos e más práticas ambientais no Arouca Geopark, mas não dispensam um juízo moral, o pai de todas as lendas.
Daqui a um século, um novo Herculano escreverá certamente a lenda da capelinha de Ponte de Telhe. Continuar a ler →