“É com este tipo de textos que vocês não ganham em Arouca nem irão ganhar em sítio algum …. Vocês não são um partido político , são uma espécie que nem merece andar por cá. Ganhem vergonha” – André Teixeira
De vez em quando, aparecem uns conselheiros mandando-nos para cá (aos que perdem e não merecem andar por cá) uns recados com um assim não chegamos lá (devem estar a referir-se aos que passam a vida a ganhar lá pelo sítio deles). O que estes conselheiros não explicam são as regras deste jogo viciado, onde ganha quem tem sempre as cartas todas, inclusive as do paleio. Senão vejamos.
Geralmente, o Portugal de lá (o que ganha sempre) fá-las e o de cá ( o que perde sempre e não merece sequer andar por cá) é que (em geral) as paga (talvez seja, por isso, que ainda nos deixam andar por cá). O pessoal de cá (porque nunca ganha) tem larguíssimas costas: as culpas dos males da sociedade são todas da sociedade, do sistema, do modelo económico, do Estado, do Governo, da Câmara (nunca do ministro Fulano ou do vereador Sicrano (dos que ganham lá em concreto), quando não dessas misteriosas entidades que é o Executivo ou a Assembleia, tudo seres pouco concretos que, quanto a generalidades do lado de lá (dos que ganham sempre), é o que se pode arranjar), ou ainda do regime, da democracia, da Constituição, da organização dos serviços, da burocracia e de outras abstracções por aí adiante, até ao fado, que é a forma mais portuguesa dos políticos (esse Portugal de lá, cheio de legitimidade, por que ganha sempre) arranjar desculpas sobre a sua própria política (ou pela falta dela) sem atirar as culpas para ninguém nem para coisa nenhuma.
A justiça não funciona? O juiz marcou uma dúzia de julgamentos para o mesmo dia e para a mesma hora, sabendo que os não pode realizar a todos ao mesmo tempo, e depois adiou-os a todos menos a um, mandando queixosos, réus, declarantes, testemunhas, para casa e ordenando novas citações, notificações, para outro dia e outro adiamento? A culpa não é lá do juiz e do Portugal de lá (daquele que, ganhando sempre, manda) é da organização dos tribunais e do sistema judiciário (o Portugal de cá que, perdendo sempre, nem merece cá estar).