Etiquetas
entrevista, Obama, Oliver Stone, Peter Kuznick, RT, Russian Today, video
Os americanos vivem num estado orwelliano, segundo o realizador Oliver Stone, premiado pela Academia, e o historiador Peter Kuznick, em conversa com a RT (Russia Today, TV internacional russa – N.T.) para discussão da política externa dos EUA e o desprezo do governo de Obama pelo cumprimento da lei.
Ambos argumentam que Obama é um lobo disfarçado de cordeiro e que as pessoas o desculparam bastante devido ao “pesadelo da presidência Bush que o precedeu.”
“Pegou em todas as mudanças de Bush e basicamente introduziu-as no sistema e codificou- as,” disse Stone à RT. “É um estado orwelliano. Pode não ser opressivo superficialmente, mas não há onde nos escondermos. Alguma parte de nós acaba por ir parar algures a uma base de dados.”
De acordo com Kuznick, os cidadãos americanos vivem num aquário onde o seu governo intercepta mais de 1700 milhões de mensagens por dia de “email, chamadas telefónicas e outras formas de comunicação.”
Abby Martin do programa da RT “Breaking the Set” discute a série fílmica e o livro de Oliver Stone e Peter Kuznick “The Untold History of the United States” (A História não contada dos Estados Unidos”.
“Obama foi uma grande esperança na mudança”
RT: Levou-lhes quase cinco anos a produzir a série. Existe nela um capítulo chamado Obama: Gestão de um Império Ferido. Fazem uma crítica dura ao governo de Obama. Qual no vosso entender o mais perturbador aspecto da presidência, Oliver?
Oliver Stone: Penso que ele foi um lobo disfarçado de cordeiro. Devido ao pesadelo da presidência Bush que o precedeu, as pessoas desculparam-no muito. Foi uma grande esperança na mudança. A cor da pele, a educação que teve, o internacionalismo, o globalismo, tudo isso pareceu evidente. E trata-se de um homem inteligente. Pegou em todas as mudanças de Bush e basicamente introduziu-as no sistema e codificou-as. É isso que é triste. Assim, vamos para o segundo governo que vive fora da lei e não a respeita, nem às fundações do nosso sistema, sendo ele jurista constitucional. Sem lei, é a lei da selva. Nuremberga existiu por alguma razão e houve uma razão para haver tribunais, há uma razão para o processo devido – ‘habeas corpus’ como se diz nos Estados Unidos.