A coligação PSD/CDS realizou-se porque os seus responsáveis viram que concorrer separados às próximas eleições era o desastre garantido. E ponto final. Se provas fossem necessárias, bastaria o adiar torcicolado e em desespero que foi usado por ambos em todo o longuíssimo «processo de decisão», todos sopesando as perdas e ganhos até se verem confrontados com a inevitabilidade de irem juntos, como única alternativa de tentar amortecer o desastre eleitoral que os espera.
Portanto, esta coligação PAF foi uma inevitabilidade a contra-gosto e o espectáculo de pôr os dois líderes, no passado fim-de-semana, no mesmo palco do calçadão de Quarteira (que finge agora ser «a Festa do Pontal» do PSD) foi isso mesmo – um espectáculo que pusesse em andamento a geringonça da coligação.
A disposição dos líderes na grelha dos discursos e dos convidados nas mesas da sardinhada mostrou quem é quem – Portas fez a primeira parte do espectáculo e Coelho apoteoticamente fechou-o, enquanto os convidados se intercalavam escrupulosamente nas cadeiras (um CDS ombreava com um PSD) a tentar esconder o óbvio: que naquela maquineta quem manda é o PSD.