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Borda d'Água, crise, Gaspar, Passos Coelho, PSD, supermercado, SWAP, Troika
Transcrevo agora os capítulos decisivos da actual crise governamental, não sendo nada do que dizem pr’aí. Isso, nem aproximado é. Para registo da História, aqui segue a particular natureza dos factos:
Por uma bela tarde do último mês de Junho, à hora de intervalo da azáfama governativa e do Falcon da tropa, entrou num supermercado, em Lisboa, de volta ao dulcíssimo remanso familiar, à modorra aprazível das compras lá para casa, o senhor Gaspar, ministro das Finanças, a quem o amor da pátria não movido de prémio vil – embora o seu homólogo alemão se referisse a uma fabulosa carreira como futuro condutor da sua cadeira de rodas – mais uma vez arrastara até Bruxelas, no propósito difícil e aspérrimo de convencionar com os credores deste reino um modo complacente de pagamentos reduzidos das dívidas nacionais, airoso para nós à face da Troika, conveniente para eles à face dos seus interesses.
A julgar por aquilo que os noveleiros do regime afirmaram e os prognósticos do Borda d’Água deixavam adivinhar quanto às melhorias do tempo para os próximos meses, dir-se-ia que o ministro da Finanças sofrera a mais violenta provação para um patriota da sua estirpe, de tamanha competência e desmesurado sacrifício, quando, os clientes daquele supermercado lisboeta, descobrindo o sr. Gaspar também na fila da caixa, desataram a protestar, chegando ao ponto de lhe cuspir no píncaro da cara . . .