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“Como a desilusão é filha da ilusão,
Não te iludas se não te queres desiludir”
Mandamentos da descrença

Emmanuel Macron
Sendo certo ser a ilha, a dos anglo-saxões, que está na ordem do dia, é da França, mais uma vez, que sopra o vento do que aí vem, em boa verdade do que já aí está – a cidade do consumo e o cidadão-consumidor. No caso da ilha, vale a ideia do Medeiros Ferreira, no seu derradeiro livro, a “Construção Europeia” mais não é do que uma sucessão de tratados comerciais, assentes na correlação de forças das potências num dado momento. Por isso, mais tarde ou mais cedo, um qualquer acordo comercial será celebrado.
Mas é sobre o cidadão e a cidade do século XXI que se pretende, aqui, deixar um breve registo. Estava o milénio a virar (1998), quando Michel Houllebecq, ainda sem a fama de Bête Noire das letras francesas, nos apresentou, em “As Partículas Elementares”, o francês do século XXI, em bom rigor o humano produzido pela sociedade de consumo do “mundo livre”. Um “Homem novo” – individualista, consumista e tolo – que vemos hoje em França … e no resto do mundo.
Dos vários actores gauleses interessa particularmente a personagem do Presidente-Partido, melhor dizendo a imagem que dele cá chega, até porque da política francesa concreta escapam-me muitos detalhes. Uma imagem de “novo político”, de “nova forma de fazer política” que encanta lá e cá – belo, jovem, moderno, apolítico, livre dos aparelhos partidários (logo incorruptível, só há corruptos nos partidos). Tantas qualidades num homem só!