Etiquetas
Na mitologia antiga encontramos a intemporal luta do humano em superar a besta que há em si e a incessante busca para a saída do(s) labirinto(s) da vida. Ao longo dos tempos, por vezes, a humanidade deixou agigantar dentro de si essa besta, perdeu-se no labirinto e achou-se sem fio para a conduzir à saída. Da história vem a tese que, em tempos de decadência de impérios e ideias, o rasto do fio (de Ariadne) tende a desaparecer.
Olhando o curso dos dias, no mundo e no tempo que corre, lendo, vendo e ouvindo o noticiado ficamos com a impressão de ser época assim a actual. A loucura parece ter-se instalado nas chancelarias, nos tribunais e nas urnas. Alguns exemplos:
SÍRIA – O chamado mundo ocidental, o outro nome dado às potências capitalistas (EUA, Reino Unido, França…), sobe a parada e cria o ambiente para uma intervenção militar na Síria. Já vimos isto na Jugoslávia, no Iraque e na Líbia. A diferença, na Síria, é que há tropas russas estacionadas. Ora, a Rússia não é a Jugoslávia, o Iraque, a Líbia ou até, se quisermos, o Irão, tem pistolas grandes, faz parte da Europa, chega ao estreito de Bering e vai do Ártico aos mares do sul.
BRASIL – O sistema judicial entrou na luta política, não por condenar políticos (não estão acima da lei, são cidadãos como os outros), mas pelo processo que vem desde a destituição política de uma presidente eleita, sem qualquer acusação ou condenação mas com recurso a “razões judiciais”, pelo discurso e híper-celeridade dado a uns processos em detrimento do tratamento e híper-arrastamento de outros, sem que se perceba critérios mais que não políticos. Emergem justiceiros, na primeira fila magistrados pop stars, na penumbra botas cardadas.