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empobrecimento, Exploração, PSD/CDS e PS, Sondagens, Troika nacional
Com diversas combinações e protagonistas e com estilos e formas diferentes, pelas mãos de PS, PSD e CDS, com uns a abrir as hostilidades e os outros a concretizá-las, chegámos à actual situação. Tricas e aparentes divergências à parte, o que marca os 39 anos de turno da política de direita é o consenso geral no caminho a seguir – esse mesmo consenso que Cavaco Silva, no seu discurso de apelo ao voto na troika nacional, veio mais uma vez pedir sabendo (por experiência própria) que chegámos ao que chegámos não por falta, mas sim por excesso de consenso entre PS, PSD e CDS.
Consenso na adesão à União Europeia e ao euro; nos PEC e no pacto de agressão; no Tratado Orçamental, nas alterações às leis laborais; no ataque aos serviços públicos; nas privatizações e nos benefícios aos grandes grupos económicos. Mas há ainda muitos recursos por delapidar, muitos direitos e rendimentos por roubar e muitos cofres por encher e é por isso que é tão importante a dita estabilidade governativa, não importa quem, desde que este caminho não seja posto em causa.
Mas a verdade é que, para além da propaganda do PSD e CDS, a tentar vender a imagem de um País que não existe, do colinho da comunicação social ao PS e a outros, e dos intermináveis apelos de Cavaco, eles andam nervosos (e os seus patrocinadores, os tais cujas as fortunas não param de aumentar) e têm razões para isso.
É que, apesar das muitas ilusões que existem, há cada vez mais gente que se sente traída, angustiada, roubada nos seus rendimentos, na sua dignidade e já percebeu que quem os meteu no buraco não os vai tirar dele. Isto sente-se e houve-se nas ruas, nas empresas, nas lutas, nos contactos e acções que desenvolvemos um pouco por todo o País. Andam nervosos porque sabem que (ao contrário do que pensa Cavaco Silva) ninguém é dono dos votos dos portugueses e há cada vez mais gente que dá e reconhece razão ao PCP e à CDU e que cada vez há mais gente a questionar o que a troika nacional tem para oferecer.
Que futuro teremos quando se coloca toda a riqueza criada, salários, pensões e direitos, ao serviço de uma dívida insustentável? Que saída é possível quando se destrói ou se aliena a capacidade produtiva e os recursos humanos e naturais? Que condições existem para crescer quando tudo é feito para salvar a banca? Para onde vamos quando se opta por continuar a roubar salários e rendimentos, privatizar ou estrangular financeiramente a educação e a saúde e assaltar a Segurança Social? Que justiça social é esta quando se carrega no trabalho e se baixa o IRC para as grandes empresas e se alargam os seus benefícios fiscais? Que capacidade soberana teremos quando se sujeita o País às imposições do euro, do Tratado Orçamental e da União Europeia?
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