(2/2) O PCP promoveu, na última terça-feira, em Lisboa, um debate sobre o texto de Marx intitulado “Salário, preço e lucro”. A discussão teve como base os conceitos e teses fundamentais apresentados no texto, relacionando-os com a realidade actual. A iniciativa contou com dezenas de intervenções que aprofundaram detalhadamente a análise da economia nacional, evidenciando a relevância do pensamento de Marx para essa análise.
(1/2) O PCP promoveu, na última terça-feira, em Lisboa, um debate sobre o texto de Marx intitulado “Salário, preço e lucro”. A discussão teve como base os conceitos e teses fundamentais apresentados no texto, relacionando-os com a realidade actual. A iniciativa contou com dezenas de intervenções que aprofundaram detalhadamente a análise da economia nacional, evidenciando a relevância do pensamento de Marx para essa análise.
Mais de um ano após de acelerar da inflação já todos ouvimos “É uma ilusão aumentar salários, porque são logo comidos pelo aumento dos preços”, “Aumentar salários aumenta o desemprego”, “Aumentar salários causa inflação”. Ouvimo-las nós, hoje, como ouviram os trabalhadores há mais de 160 anos e, tal como nessa altura, a realidade cuidou de as desmentir uma por uma: a espiral que se vê é só de lucros enquanto os salários perdem poder de compra. Frases ditas por responsáveis de bancos centrais, ministros, dirigentes dos partidos (do PS à IL), comentadores “especialistas” e patrões, com teorias tão velhas como a exploração. Tão velhas que já em 1856 Marx as desmontava na obra “Salário, preço e lucro”. A partir desta obra, o PCP realizou na última terça- feira uma sessão em Lisboa partindo dos conceitos e teses fundamentais aí escritas e argumentadas.
O conjunto vasto de intervenções aprofundou detalhadamente a análise da situação da economia nacional deixando clara a validade do pensamento de Marx, para a sua análise.
Paulo Raimundo fechou o debate destacando que também na obra “Marx não se limitou a desvendar os principais mecanismos do capitalismo, já de si de uma extraordinária importância” mas “identificou a questão decisiva: os trabalhadores não são, não podem ser apenas espectadores do mundo.”
Entra agora em vigor a isenção do IVA para alguns produtos alimentares. Esta redução pouco se faz sentir nas contas brutais do supermercado.
É preciso mais! É urgente fixar os preços para que o valor baixe realmente!
Baixar o IVA sem controlar os preços é legitimar preços insuportáveis e continuar a encher os bolsos da grande distribuição: só a Jerónimo Martins e a Sonae tiveram 1014 milhões de lucros em 2022, ou seja, em tempo de dificuldades para o povo os seus lucros cresceram mais 25%!
PS, PSD, IL e Chega juntaram-se para rejeitar as propostas do PCP que garantiam uma efectiva redução dos preços.
É urgente:
– Aumentar salários e pensões!
– Fixar preços dos bens essenciais e impor a sua redução
– Reduzir o IVA da electricidade, do gás e das telecomunicações!
Relativamente às medidas anunciadas o que constatamos é que Governo continua a não dar resposta àquele que é o profundo contraste entre os lucros milionários dos grupos da grande distribuição e os cortes nas pensões e nos salários que, apesar dos aumentos risíveis que o Governo apresentou para a Administração Pública, continuam a perder poder de compra em todo o ano de 2022 e 2023. Ao mesmo tempo que isso acontece, o Governo prepara-se para através deste acordo continuar a transferir recursos públicos para a grande distribuição sem garantir o controlo dos preços medida que era fundamental e que o PCP já trouxe à Assembleia da República. Consideramos que as medidas anunciadas não respondem a este contraste e não correspondem àquela que é a necessidade de colocar os lucros da grande distribuição a pagar uma parte do esforço que as famílias portuguesas estão a fazer e que está a ser completamente insuportável para a maior parte delas.
Os mercados, e com eles o défice e a dívida, voltaram em força à agenda política e mediática. Passada a pandemia e com a guerra a deixar de ser novidade (e a perder fulgor como argumento), eis que os mercados voltaram a ficar «nervosos», «inquietos» e «preocupados» com eventuais exageros ou derrapagens nas contas públicas. No debate do Orçamento do Estado, que concluiu na semana passada a sua primeira fase, com a mais que esperada aprovação na generalidade, lá esteve uma vez mais a obsessão com as «contas certas».
Mas afinal que contas são estas?
O que sabemos é que algumas estão erradas. Como as que apontam para inverosímeis taxas de inflação de 4 e 2 por cento nos próximos anos, quando a deste andará pelos oito e na verdade nada faz prever alterações significativas nesta situação, pelo menos a curto prazo. Desta previsão, importará que se diga, depende o valor de actualização de salários, reformas, pensões e outras prestações sociais…
A Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) critica a manutenção de «obstáculos» na proposta de Orçamento do Estado para 2023 e acusa o Executivo de «adiar o futuro» do país.
/Awin
O documento apresentado esta segunda-feira pelo Governo, «não elimina a discriminação negativa» e «mantém os obstáculos à sustentabilidade económica e à rentabilidade» das micro, pequenas e médias empresas (MPME), admite a Confederação, através de comunicado.
«Esta proposta de Orçamento (…) nada traz de significativo que ajude as MPME a enfrentar a crise, condenando a economia nacional à estagnação e à falência de empresas e empresários», adianta a estrutura com perplexidade, tendo em conta o Executivo não ter incluído nenhuma das propostas apresentadas pela Confederação para impulsionar a actividade das suas associadas e o sustento de mais de três milhões de trabalhadores.
As medidas temporárias e transitórias avançadas pelo Governo do PS revelam-se insuficientes e limitadas, como se o agravamento das condições de vida que se faz sentir se resolvesse em meia dúzia de meses. São medidas limitadas porque não vão às causas dos problemas, mais não sendo do que meros paliativos e no caso das pensões representam mesmo um prejuízo para os pensionistas.
É cada vez mais evidente a necessidade de avançar com medidas imediatas que permitam 4 objectivos: valorização do poder de compra dos trabalhadores e reformados, combater o aumento dos preços, garantir os direitos sociais e uma mais justa distribuição da riqueza.
É esse o sentido em que o PCP propõe um conjunto de medidas de emergência para concretizar ainda em 2022, com efeitos já em Setembro que serão debatidas no Parlamento no próximo dia 16 de Setembro (sexta-feira).
Cada vez fica mais claro que o aumento dos preços que sentimos diariamente corresponde ao aumento brutal dos lucros dos grupos económicos. O dinheiro que nos falta está no bolso dos mega lucros. Defender o país, parar o roubo, exige:
👉 Aumentar salários e pensões – repôr o poder de compra
👉 Controlar e tabelar os preços nos bens essenciais
Cada vez fica mais claro que o aumento dos preços que sentimos diariamente corresponde ao aumento brutal dos lucros dos grupos económicos. O dinheiro que nos falta está no bolso dos mega lucros. Defender o país, parar o roubo, exige:
👉 Aumentar salários e pensões – repôr o poder de compra
👉 Controlar e tabelar os preços nos bens essenciais
Cada vez fica mais claro que o aumento dos preços que sentimos diariamente corresponde ao aumento brutal dos lucros dos grupos económicos. O dinheiro que nos falta está no bolso dos mega lucros. Defender o país, parar o roubo, exige:
👉 Aumentar salários e pensões – repôr o poder de compra
👉 Controlar e tabelar os preços nos bens essenciais
👉 Imposto extraordinário sobre mega lucros
👉 Pôr fim à liberalização da nossa economia – controlo público e democrático sobre os sectores estratégicos
Os cerca de dois mil milhões de euros de lucros das 12 empresas do PSI20 que anunciaram os resultados do primeiro semestre correspondem a um aumento superior a 60% em relação a igual período de 2021.
/ jornaldamoeda.pt
Os cinco maiores bancos (CGD, BPI, Santander Portugal, Novo Banco e BCP) obtiveram lucros de 1,3 mil milhões de euros, só no primeiro semestre deste ano, um crescimento de cerca de 80% em relação ao ano passado.
Entretanto, apenas sete das multinacionais do petróleo anunciaram os seus resultados, que ascendem a 117,8 mil milhões de euros e correspondem a um aumento de 153%.
Em seu discurso durante recente visita à China, em evento que reuniu os principais expoentes das empresas chinesas, a presidente brasileira fez questão de ressaltar qualidades ímpares do Brasil que vão ao encontro da avidez capitalista por lucros: a estabilidade econômica e a estabilidade política.
Nos discursos lá e cá, realmente, parece que o país experimenta um período de crescimento e otimismo, e ainda “um profundo sentimento de autoestima de nosso povo”, completaria a presidente. É este o Brasil em que vivemos? Este é o Brasil dos trabalhadores brasileiros? Há motivos para esse tipo de otimismo? Para quem o Brasil cresce? Em que direção se dá esse processo? Em que contexto, sob que condições?Continuar a ler →
O putativo candidato a deputado da nação e a primeiro-ministro de Portugal Pedro Passos Coelho foi ao Clube dos Pensadores, em Gaia, afirmar, para quem o quis ouvir, que é decisivo um crescimento económico de pelo menos «3 a 3,5% nos próximos dois, três anos».
Mas o homem sabe do que fala? Ele não pensa, um bocadinho só que seja?
Aqui vai uma informação gratuita: só os juros da chamada dívida soberana vão atingir este ano um valor nunca inferior a 4,5% do PIB. Qualquer coisa como mais de 7,5 mil milhões de euros. Ou seja, 3,5% de crescimento ao ano nem pagam os juros da dívida!!!
Além de que com os PEC 1, 2 e 3, mais o orçamento de estado para 2011, que ele apoiou, a economia de Portugal vai ter uma recessão de, no mínimo, 1,5%. Percebeu ou precisa de um desenho?
Por estas e por outras é que eu nunca votei, nem votarei PSD…
Economista entende que consolidação muito exigente não permite pagar a dívida.
Frequentemente apelidado da “voz da consciência” da economia, Amartya Sen teme o impacto que as medidas de austeridade postas em curso por vários Governos europeus, entre os quais Portugal, possam ter na economia e nas conquistas do Estado social.
O prémio Nobel das Ciências Económicas em 1998 esteve em Portugal para receber o doutoramento honoris causa pela Universidade de Coimbra e falou ao PÚBLICO sobre os desafios que a crise da dívida europeia está a colocar aos países e à própria união monetária, bem como sobre o seu novo livro, A Ideia de Justiça. Continuar a ler →
O teatro político agora captura a Grécia. Tal como nas antigas peças gregas, o drama actual também atinge e afecta todos nós. Sentimos os dilemas gregos tornarem-se nossos.
Seus dominadores declaram agora que a crise ameaça a Grécia. Lançam a culpa sobre as massas. Para ultrapassá-la, dizem, devem impor-lhe grande sofrimento. O coro dos dominadores entoa a necessidade absoluta, a total inevitabilidade deste sofrimento como única solução. Não há, insistem, qualquer outra opção. As massas estremecem. Muitos inclinam-se à resignação, aceitando o sofrimento como punição pelos seus pecados que causaram a crise. Por agora, os dominadores exultam pois o seu elaborado teatro político da culpa parece ter tido êxito ao comutar os custos da crise deles para as massas. Ainda assim, há também sinais de iminente ira antagónica por parte das massas. Enormes manifestações abalaram Atenas em Maio. Momentos catárticos assomam.
1. Questão prévia: em 31 de Dezembro de 2008 o défice orçamental do Estado estava em 2,8% e um ano depois disparava para 9,3%. Como foi possível que tivesse aumentado tão rapidamente? Múltiplos factores contribuíram para esta realidade.
Em primeiro lugar, o Estado e a banca pública tiveram de ir em socorro do sistema financeiro, nomeadamente dando garantias superiores a 20 mil milhões de euros (mais de 12,5% do PIB). Na altura os comunistas (e não só) advertiram: não venham depois apresentar a factura do regabofe do BPP, do BPN e do BCP aos mesmos do costume. Recorde-se, por exemplo, que o BPN era um banco que em 2007, reportou resultados positivos de 77 milhões de euros e, em 2006, de 86 milhões de euros. Mas que apresentou a 30 de Outubro de 2008 700 milhões de euros de prejuízos. Hoje o valor injectado ultrapassa os 4 mil milhões de euros (2,4% do PIB!!!).
Consequências? Contraiu-se a economia, caiu o PIB, cortaram-se as receitas, aumentou o desemprego, aumentaram os gastos com a subida do desemprego e com as ajudas aos banqueiros. E, claro, mantiveram-se as célebres derrapagens das contas públicas.