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14 Sábado Mar 2020
Posted PCP, Sociedade, Trabalhadores
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17 Quinta-feira Jan 2019
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Intervenção de Bruno Dias na Assembleia da República – 16 de Janeiro
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
Como o PCP tem reiteradamente afirmado, os Correios são um instrumento insubstituível para a coesão social, económica e territorial do nosso país.
Mais do que uma empresa que garanta lucros e dividendos, os Correios devem ser o garante de um serviço público efectivamente ao serviço do país e das populações, ao serviço da economia nacional e do desenvolvimento, com uma gestão que vise o equilíbrio económico-financeiro e o investimento na melhoria da qualidade.
No entanto, a verdade é que, com o caminho da privatização dos CTT, todos esses objectivos deram lugar à degradação e ao desmantelamento do serviço público, em nome dos milhões para os accionistas.
Em 2013, o governo PSD/CDS concretizou uma velha aspiração do capital monopolista e que vinha sendo preparada por sucessivos governos, incluindo do PS, e assim se fez a privatização dos CTT.
Os resultados estão à vista e são verdadeiramente desastrosos, aprofundando o caminho de destruição que prossegue há anos a fio.
Já nas contas dos CTT do primeiro semestre do ano passado, as últimas disponíveis, os números evidenciavam a dimensão da ofensiva que a gestão privada está a levar a cabo: menos estações de correios, menos 169 trabalhadores, quando comparados com a mesma data do ano anterior.
Neste período, os CTT distribuíram 57 milhões de euros pelos seus accionistas – como a família Champalimaud, grandes bancos europeus ou o fundo abutre Blackrock –, um valor que ultrapassa o dobro dos lucros do ano passado.
26 Domingo Ago 2018
Os liberais pró-privatizações voltaram ao ataque. Muito por culpa do governo, que diz uma coisa e faz o seu contrário, que diz defender os serviços públicos e depois corta trabalhadores e investimentos enquanto continua a alimentar todos os parasitas (com o dinheiro que eles depois usam para comprar e promover os papagaios que defendem que lhes seja entregue o que ainda não foi).
Repetem, incansáveis, a mitologia neoliberal, que nunca passou de uma mitologia, mas está agora de tal forma desmentida pelo realidade que a sua repetição deveria ser vista como cómica.
É por isso que a melhor receita para combater esta ofensiva são umas lambadas de realidade. Ah com os privados fica mais barato? Toma lá uma EDP nas fuças que é para ver se aprendes! Como? Os privados gerem melhor que o público? Uns CTT pelas ventas, e pode ser que abras os olhos! Ainda não percebeste? Toma lá com a ANA, e com a GALP, e com a PT. Ainda não te chegou? Junta lá esses neurónios, e tenta recordar-te de quando a banca era pública, os lucros ficavam no Estado e tu não pagavas comissão até por respirar o ar nas (cada vez menos) agências. E assim o tempo que for preciso.
A única coisa (e não é coisa pequena) que facilita a vida destes papagaios do neoliberalismo é que tantas empresas públicas são geridas por quem as pretende privatizar.
10 Sexta-feira Ago 2018
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Caixa Geral de Depósitos, CTT, encerramento de escolas, eucaliptos, fogos, Navigator, resposta do Estado
Francisco Gonçalves
“- Se em vez de Costa e Constança fossem Passos e Cristas teríamos tido as desgraças de 2017?
– Sim.
– Se voltarmos a ter condições climatéricas semelhantes a 2017, qualquer que seja o governo, poderemos ter novas desgraças?
– Sim.
– Porquê?
– Porque o clima mudou e erros de décadas não se corrigem num ápice.
– Mas podem-se corrigir esses erros?
– Sim, com tempo e vontade.
– E há vontade?
– Não.
– Então que fazer?
– Aguardar os favores de Zeus!”
Diálogos do Fatalista
Na última Assembleia Municipal de Arouca, Margarida Belém deu nota da intenção da administração educativa regional encerrar a Escola EB1 de Moldes e o Jardim de Infância de Belece, afirmando a oposição da Câmara Municipal de Arouca. Já no passado assim foi e as escolas lá foram fechando. Agora, talvez o “recato do gabinete”, expressão vinda ao mundo pela boca de Artur Neves, permita adiar a intenção da administração. O problema é que ela existe e demonstra que, afinal, o amor ao interior continua a manifestar-se através de encerramentos: de escolas, de estações dos CTT, de balcões da Caixa Geral de Depósitos.
Pelo que li a Navigator pretende estimular a replantação de eucaliptos em Arouca, com o fito de desenvolver a floresta arouquense. Eu sei que o eucalipto é uma árvore, tal como as austrálias o são. Aliás, as próprias giestas são arbustos e dão-nos as maias, que nos livram do mau-olhado. E, mais do mais, é tudo matéria biológica e o biológico está na moda. O chato é que o fogo, um elemento (também) natural, dá-se muito bem com esta matéria biológica. A pergunta que fica é: a área de eucalipto em Arouca (e a sua localização) necessita de mingar ou não?
29 Domingo Jul 2018
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Enquanto se vão somando anúncios de encerramento de estações e postos de correios e se compromete a prestação do serviço postal, o secretário de Estado do Governo do PS veio sossegar os donos dos CTT. Segundo Guilherme de Oliveira Martins, o contrato é para cumprir, pelo que não está em causa qualquer ponderação de nacionalização. O que o «governo não tolera é incompetência».
O regabofe pode pois prosseguir em proveito dos lucros que os donos dos CTT vão acumulando com a criminosa gestão e em prejuízo do serviço postal, dos trabalhadores e, sobretudo, do interesse nacional. O que é preciso é que prossiga com «competência». Depois de há poucos meses se ter ouvido Pires de Lima, ex-ministro do governo PSD/CDS responsável por esse crime económico que a alienação dos CTT significou, afirmar que a privatização tinha sido «boa e oportuna», aí temos o actual Governo pronto a assegurar, em nome da «estabilidade» económica que preconiza, os interesses monopolistas e as condições de acumulação de capital mesmo que à custa do interesse nacional e da delapidação pública.
Tudo, bem se vê, resguardado nas garantias de inação do «regulador» que lhe aliviam a consciência sem beliscar os interesses instalados.
15 Quinta-feira Out 2015
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CTT, EDP, PAF, Portas e Passos, TAP
A austeridade foi a máscara de um projeto político de destruição do setor público empresarial, da escola pública, do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social, paulatinamente executado ao longo dos quatro anos e meio que durou a anterior legislatura. Das empresas públicas, construídas com os nossos impostos para serem vendidas ao desbarato a privados e a outros “estados”, já quase nada sobrou.
Para consumar o seu programa, só falta à coligação de Direita privatizar a educação – através do “cheque ensino”, por exemplo – e entregar os serviços de saúde, as reformas e as pensões, à iniciativa privada e à especulação financeira, tal como fez com os CTT, a EDP e a TAP, etc. Porque este projeto não conseguiria obter a aprovação dos eleitores, a coligação de Direita manipulou a seu bel-prazer as regras constitucionais do processo de formação da vontade democrática, para obter “na secretaria” o que o eleitorado lhe negava:
1. Adiou para outubro as eleições que se deviam ter realizado em junho, com a esperança de beneficiar da conjuntura internacional e das medidas eleitoralistas a que recorreu no final do mandato.
2. Pôs em risco a preparação do orçamento para 2016, confiante que seria mais uma forma de pressionar a Oposição, caso não obtivesse os resultados de que precisava.
3. Preferiu apresentar-se às eleições de outubro sem programa e sob o pseudónimo de PàF, para confundir os eleitores e beneficiar das vantagens aritméticas do sistema proporcional adotado pela Constituição, que beneficia as coligações em detrimento da dispersão de votos por diversas candidaturas.
4. Manteve a ilusão de uma vitória eleitoral apesar das enormes perdas sofridas, perpetuando na noite eleitoral a expectativa de que ainda podia atingir a maioria absoluta que cedo se tornou evidente ter perdido.
5. Forjou precipitadamente um “compromisso de Governo” – PSD/CDS – que, astuciosamente, visava colocar sobre os ombros do PS a responsabilidade pela sua viabilização…
10 Quinta-feira Set 2015
Posted Governo, Legislativas 2015, Nacional
inO pior é que o pin não era apenas uma farda, nem sequer um disfarce, era um bilhete de identidade.
Identificava, à partida, a trupe que aí vinha, cuja característica essencial se mostrou o oposto do patriotismo arvorado na bandeira ao peito: o desprezo radical pelo povo e o solo pátrios, desprezo enxertado numa ignorância desmedida da História nacional.
As provas do desmando aí estão, com privatizações não apenas a mata-cavalos, não apenas a qualquer preço, não apenas em vassalagem aos capitalistas, não apenas sobre tudo o que mexe no Estado mas, sobretudo, altamente lesivas na desapropriação pública de serviços fulcrais para o funcionamento da sociedade, como nos interesses políticos, económicos e estratégicos do próprio Estado.
Veja-se os CTT. Tratava-se de uma empresa estratégica garantindo o serviço público das comunicações e que dava lucros. Afrontando o protesto maciço dos trabalhadores e das populações, que viam fechar as suas estações de correio com prejuízos sérios para vastos sectores das populações isoladas, o Governo cumpriu milimetricamente as exigências dos futuros «donos» («limpar» os CTT de serviços «pouco rentáveis», arcando o Estado com a impopularidade da medida), deixando o País com uns serviços de correios altamente assimétricos e ineficazes nessa assimetria, mas com lucros garantidos para os «accionistas».
28 Domingo Jul 2013
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Conheço o meu carteiro há mais de 20 anos. Consciencioso e bem-humorado, ele é a encarnação do serviço público no seu melhor aspecto. Noutro dia, perguntei-lhe: “Por que é que você se posta frente a cada porta como um soldado numa parada?”
“Novo sistema”, respondeu. “Já não me pedem para simplesmente postar as cartas através da porta. Tenho de abordar cada porta de um certo modo e enfiar as cartas através dela de um certo modo”.
“Por que?”
“Pergunte-lhes”.
Do outro lado da rua estava um jovem solene, com prancheta na mão, cujo trabalho era seguir carteiros e ver se eles cumprem as novas regras, sem dúvida como preparativo para a privatização. Eu disse ao seguidor de carteiros que o meu era admirável. A sua cara permaneceu imutável, excepto por um momentâneo piscar confuso.
Em “O regresso ao admirável mundo novo”, Aldous Huxley descreve uma nova classe condicionada à normalidade que não é normal “porque eles estão tão bem ajustados ao nosso modo de existência, porque sua voz humana foi silenciada tão prematuramente nas suas vidas, que nem mesmo lutam ou sofrem ou desenvolvem sintomas como acontece com o neurótico”.
A vigilância é normal na Era da Regressão – como revelou Edward Snowden. Câmaras por toda a parte são normais. Liberdades subvertidas são normais. A discordância pública efectiva é agora controlada pela polícia, cuja intimidação é normal.
24 Quinta-feira Maio 2012
Posted Economia, Eugénio Rosa, Nacional, PCP, Política, Portugal, Sociedade, Trabalhadores
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CTT, EDP, REN, TAP, Victor Gaspar
O ministro das Finanças, Victor Gaspar, com o seu ar limitado de aluno submisso interessado apenas em ter contas certas para estar nas boas graças do ministro alemão das Finanças – mas nada preocupado com a situação dos portugueses e com a destruição da economia que está a provocar – e também o pensamento económico ultraliberal dominante quer no governo quer nos principais media, têm defendido o investimento estrangeiro em Portugal como a solução para os problemas do país. Para conseguir isso (dizem eles), têm vendido a saldo as participações do Estado em empresas importantes (EDP, REN) assim como tencionam vender as empresas públicas que ainda restam (TAP, CTT, etc.) a estrangeiros. No entanto, como revelam os próprios dados do Banco de Portugal, a esmagadora maioria do investimento estrangeiro em Portugal são aplicações financeiras, muitas de natureza especulativa que visam a obtenção de ganhos elevados e rápidos. Também o investimento de grupos económicos “portugueses” no estrangeiro, que deixaram de investir em Portugal têm, na sua maioria, as mesmas características e objectivos (são aplicações financeiras visando ganhos elevados e rápidos). Continuar a ler
30 Segunda-feira Abr 2012
Posted A Rede Escolar, Administração Local, Arouca, Educação, Francisco Gonçalves, PCP, Política, Saúde, Sociedade, Trabalhadores
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Agrupamentos, Arouca, CTT, DREN, Escariz, freguesias, GNR, Maternidade Alfredo da Costa, Neves, Nova York, PS, PSD, Tropeço
Na semana passada a DREN apresentou aos directores da ESA e dos Agrupamentos de Escolas de Arouca e de Escariz a(s) sua(s) ideia(s) de rede escolar para Arouca: a transitória (digo eu) dois agrupamentos, um em Escariz e um Mega em Arouca e a definitiva, um Mega+ concelhio.
A criação destes Megas faz parte de um processo mais vasto de concentração e encerramento de serviços públicos: maternidades, serviços de urgência, escolas, postos da GNR, dos CTT e freguesias. Trata-se de uma opção política deliberada, apresentada como resultante de um problema demográfico, com o argumento de que só com escala um serviço público pode ter qualidade.
Ora é a concentração e o encerramento de serviços que contribui para quebra demográfica e não a questão demográfica que determina a concentração e o encerramento de serviços. Um exemplo da nossa terra – em 2005 existiam 46 escolas do 1º ciclo em Arouca, em 2010 eram 26, 42,2% a menos. Por sua vez a população escolar do 1º ciclo era em 2005 de 1182 e em 2010 de 977, o que corresponde a uma quebra de 17,3%, isto é, menos de metade da quebra verificada com as escolas.
O argumento da escala e da qualidade tem, também, pés de barro. A cidade de Nova York está a criar escolas mais pequenas porque chegou à conclusão de que as grandes escolas potenciam o insucesso escolar, aliás, os sempre tão citados finlandeses também o pensam. Outro caso, a Maternidade Alfredo da Costa – tem escala e qualidade – é para fechar. São pois outras as razões para a concentração e encerramento de serviços.
03 Domingo Jul 2011
Posted CGTP - IN, Economia, Eugénio Rosa, Nacional, PCP, Política, Sociedade, Transportes
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ANA, CGD, CP, CTT, EDP, GALP, Hospitais EPE, PIB, preço de saldo, privatizações, REN, riqueza, RNB, subsídio de natal, TAP, transfêrencia, transportes colectivos
Numa altura em que o défice e a divida externa são os problemas mais graves que Portugal enfrenta, privatizar todas empresas publicas, com excepção dos Hospitais EPE, mas mesmo estes pretende-se entregar à gestão privada, como consta do Programa do governo é criar as condições para que aquele défice e aquela divida continuem a aumentar. E para concluir basta ter presente os últimos dados do INE e do Banco de Portugal sobre transferência de riqueza e de rendimentos para o exterior.
O Produto Interno Bruto (PIB) dá-nos o valor de riqueza (novo) criado anualmente no país. O Rendimento Nacional Bruto (RNB) corresponde à riqueza que fica no país, e que todos os anos é distribuída, embora de uma forma muito desigual, pelos portugueses. E segundo o INE, m 1995, o RNB era superior ao valor do PIB em 176 milhões €. A partir desse ano, que corresponde à entrada para U.E., essa situação inverteu-se passando o RNB a ser inferior ao PIB, e com a entrada para a zona Euro em 2000 esta relação agravou-se ainda mais e de tal forma que, em 2010, o Rendimento Nacional Bruto foi inferior ao Produto Interno Bruto em 5.872 milhões €. Produzimos pouco, mas uma parcela desse pouco é ainda transferida para o estrangeiro ficando menos para ser distribuída de uma forma ainda por cima muito desigual em Portugal. Isto determinou que, em 2010 por ex., o PIB por habitante em Portugal (cerca de 67% da média da U.E), era apenas de 16.236 €, mas o RNB era somente de 15.684 € por português. Continuar a ler
29 Quarta-feira Jun 2011
Posted A Cassete
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ANA, coelhos, CTT, EDP, educação, Fidelidade, INGLOURIOUS BASTERDS, OBRIGADO, OBRIGADO OBRIGADO, privatizações, RTP, Saúde
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»