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CDU Arouca

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Tag Archives: crise

Ano novo, crise nova – Jorge Cadima

03 Quarta-feira Fev 2016

Posted by cduarouca in Economia, Internacional, Política, Sociedade, Trabalhadores

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abandono da ruralidade, crise, EUA

“Conscientes de que uma nova ronda de «austeridade» para os trabalhadores e povos e «maná do céu» para os multimilionários não é compatível com a democracia, as liberdades e a paz, sectores importantes da classe dominante preparam a via da repressão, do autoritarismo e da guerra. Para os trabalhadores e povos não há outra opção, senão preparar-se para o embate.”

O ano começou com uma nova crise bolsista mundial. Apesar das flutuações, é claro que estamos perante uma nova convulsão do sistema financeiro internacional. Há um facto incontornável: as políticas de miséria para os povos, mas de subsídios para o grande capital financeiro (como os chamados programas de Quantitative Easing – QE que o banco central dos EUA procura agora reduzir), promovidas após 2008, não resolveram os problemas de fundo do sistema capitalista mundial: agravaram as dívidas e as bolhas especulativas, sem redinamizar a economia produtiva. Mas o capitalismo mundial já não funciona sem essas injecções de dinheiro fácil na veia.

William White, ex-economista-chefe do BIS (o «banco dos banqueiros») e actual figura de destaque na OCDE é claro: «A situação hoje é pior do que era em 2007. Já foram usadas praticamente todas as nossas munições macro-económicas. […] As dívidas continuaram a avolumar-se durante os últimos oito anos e alcançaram níveis tais em todo o mundo que se tornaram uma fonte séria de problemas. Tornar-se-á óbvio na próxima recessão que muitas destas dívidas não serão [pagas] e isto será pouco confortável para muita gente que pensa que tem bens com valor» (Telegraph online, 19.1.16).

O jornalista que obteve estas declarações na véspera da abertura do recente Fórum Económico Mundial de Davos acrescenta que o «QE e as políticas de dinheiro fácil da Reserva Federal dos EUA e seus congéneres» são uma espécie de «tóxico-dependência», em que se gasta hoje aquilo que não se possui, mas que «acaba por perder efeito» e o dia chega em que «não há dinheiro para gastar amanhã».

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Chama-se a isto soberania – José Goulão

17 Sábado Out 2015

Posted by cduarouca in Governo, Nacional, Notícias, Política, Portugal

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Alemanha, austeridade, berlim, Bruxelas, Comissão Europeia, crise, Democracia, diktat, euro, Merkel, Orçamento, Portugal, Soberania, tratado orçamental

Sabemos que o primeiro-ministro português ainda em exercício, fiel ao seu lema Portugal atrás e os portugueses em último lugar, considera a soberania uma “batota”, como declarou no debate televisivo com o seu principal rival nas eleições. “Batota” pensar em primeiro lugar na vida dos portugueses, que deve submeter-se antes aos mecanismos do euro e às exigências dos agiotas; “batota” agir em primeiro lugar na defesa da economia portuguesa e só depois pesar os interesses dos alemães ou de quaisquer outros; “batota”, enfim, ser o Estado português a elaborar e aprovar o seu próprio orçamento e não a Alemanha e outros por ela.

De modo que o orçamento de Estado para 2016 caiu em cheio no período de negociações sobre o próximo governo como recado fundamentalista dos autocratas da União Europeia, exigindo que o país não mude de política. Digamos que, sob a capa de um calendário quiçá “irrevogável”, a Comissão Europeia pediu ao minoritário governo em funções em Portugal que envie para Bruxelas imediatamente – e já está atrasado – um projecto de orçamento com base na continuação das mesmas políticas, sem qualquer alteração. Estipula ainda a Comissão Europeia – em boa verdade constituída por cavalheiros e cavalheiras que ninguém elegeu em parte alguma, a não ser a fazer de conta no Parlamento Europeu – que se porventura vier a existir um outro governo este envie as suas alterações ao projecto orçamental, sujeitas à decisão final da mesma Comissão.

Em defesa das suas exigências, os senhores e senhoras de Bruxelas vão brandindo instrumentos por eles mesmos cozinhados para, imagine-se, combater a crise, como o “two pack”, o “semestre europeu”, o “tratado orçamental”, coisas de que o cidadão comum é vítima desconhecendo sequer que existem, e muito menos as respectivas consequências, porque foram escamoteados da opinião pública com ratificações à sorrelfa e redigidos num europês tecnocrático apenas ao alcance dos austeritários que os produziram e poucos mais. Continuar a ler →

O drama da imigração «ilegal» – Exploração e guerras imperialistas – Inês Zuber

06 Terça-feira Out 2015

Posted by cduarouca in EUA, Europa, Notícias, Política, UE

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causas, crise, guerras imperialistas, migrantes, refugiados

Segundo dados das Nações Unidas, em 2005, existiam 191 milhões de migrantes internacionais1, número que subiu para 232 milhões em 2013. De acordo com as últimas estatísticas da Agência da ONU para os refugiados (ACNUR), actualmente o número de «migrantes forçados» em todo o mundo ultrapassa os 500 milhões e não cessa de aumentar. De sublinhar que os considerados «migrantes forçados» são aqueles que cabem no conceito de refugiado definido na Convenção de Refugiados de 1951, segundo o qual um refugiado é uma pessoa que «temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país». O que imediatamente nos faz questionar se aqueles que são obrigados a sair do seu país de origem por não terem condições de sustento económico, aqueles que fogem da miséria devido, por exemplo, ao desemprego ou às alterações climáticas, não se deveriam também enquadrar no grupo dos que migraram de forma forçada e não voluntária. Ainda assim, e mesmo cingindo-nos ao conceito de refugiados, assistimos hoje a um fluxo de refugiados maior do que aquele que existiu durante a Segunda Guerra Mundial. Continuar a ler →

A magnitude impressionante da crise – Juan Torres López

08 Quarta-feira Out 2014

Posted by cduarouca in EUA

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2008, crise, emissão de moeda

base_monetaria_usd

Segundo dados do Federal Reserve Bank of St. Louis, dos Estados Unidos, que podem ser verificados aqui , em um só ano (2008) foi criado mais dinheiro (817.904 milhões de dólares) do que o que se criou nos sessenta e três anos anteriores (desde 1945 a 2008 foram criados 821.686 milhões de dólares) e nos seis anos de crise que vão de Janeiro de 2008 a Setembro de 2014 foi criado quatro vezes mais dinheiro (exactamente 3,91 vezes) do que de 1945 a 2008.

Considerando que não se pode dizer que nem os Estados Unidos nem os seus bancos já saíram da crise, desses dados pode-se deduzir claramente a magnitude que teve o “rombo” que as entidades financeiras na economia. Continuar a ler →

De como o ladrão se transformou em carcereiro – Manuel Brandão Alves

04 Terça-feira Mar 2014

Posted by cduarouca in Economia, Política, Sociedade, Trabalhadores

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actualidade, crise, Desigualdade, emprego, Globalização, Regulação Financeira, Repartição do Rendimento

Em tempo de fim-de-semana e de maior inclinação para o descanso pretendo contar-vos uma história que é menos para adormecer e muito mais para acordar.

A história vai sendo conhecida, mas pelo que tenho ouvido contar precisa, ainda, de ser muito mais divulgada. Eu próprio, ainda que através de outras linguagens, em outras ocasiões, aqui tenho deixado alguns flashes sobre o desenrolar da história.

Era uma vez . . .

Tudo estava sendo preparado há vários anos, mas foi em 2008 que a tramoia passou a ser mais conhecida, com a falência das empresas financeiras Lehman Brothers e Bernard Madoff, e ainda da empresa Enron. A falência destas instituições era, apenas, a ponta do iceberg. Debaixo de água era todo o sistema financeiro que se encontrava ancorado. Partida a âncora, tudo ficou à deriva, com inimagináveis consequências sobre a sustentabilidade do sistema financeiro e sobre a vida das pessoas.

Generalizadamente pensou-se que com o naufrágio nada se poderia salvar. O naufrágio tinha origem no comportamento dos agentes financeiros que, inebriados pela luz de um sistema globalizado, passaram a atuar como se estivessem possuídos de uma tela protetora que lhes seria fornecida por uma espécie de poção mágica. Levaram a assunção de riscos até ao limite mais elevado. Inundados de liquidez levaram os vários agentes económicos e sociais a tomar créditos insustentáveis. A corda partiu-se. E o que é que aconteceu, a seguir?

Toda a gente e os principais responsáveis institucionais e de governo passaram a declarar que tal não podia voltar a acontecer, que era preciso regular, de forma mais rigorosa, o comportamento dos agentes financeiros em relação ao futuro e obrigá-los a assumir as responsabilidades dos desmandos em que se tinham envolvido. Se bem o disseram, pior o fizeram.

Com efeito, como nunca antes tinha acontecido, o sistema financeiro chamou à ordem os responsáveis políticos, convencendo-os de que se poderia mexer em tudo menos na ordem financeira vigente. Isto é, o equilíbrio perdido teria que ser recuperado, mas à custa do Zé-Povinho.

O argumento utilizado foi o de que o Zé estava a “gastar acima das suas possibilidades”. Tinha, não apenas de passar a gastar menos, mas também de devolver o que antes tinha gasto a mais, através do crédito e dos financiamentos ou transferências do Estado.

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CRISE COM MÃO ANARQUISTA – Álvaro Couto

07 Domingo Jul 2013

Posted by cduarouca in Álvaro Couto, Governo

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Borda d'Água, crise, Gaspar, Passos Coelho, PSD, supermercado, SWAP, Troika

Transcrevo agora os capítulos decisivos da actual crise governamental, não sendo nada do que dizem pr’aí. Isso, nem aproximado é. Para registo da História, aqui segue a particular natureza dos factos:

Por uma bela tarde do último mês de Junho, à hora de intervalo da azáfama governativa e do Falcon da tropa, entrou num supermercado, em Lisboa, de volta ao dulcíssimo remanso familiar, à modorra aprazível das compras lá para casa, o senhor Gaspar, ministro das Finanças, a quem o amor da pátria não movido de prémio vil – embora o seu homólogo alemão se referisse a uma fabulosa carreira como futuro condutor da sua cadeira de rodas – mais uma vez arrastara até Bruxelas, no propósito difícil e aspérrimo de convencionar com os credores deste reino um modo complacente de pagamentos reduzidos das dívidas nacionais, airoso para nós à face da Troika, conveniente para eles à face dos seus interesses.

A julgar por aquilo que os noveleiros do regime afirmaram e os prognósticos do Borda d’Água deixavam adivinhar quanto às melhorias do tempo para os próximos meses, dir-se-ia que o ministro da Finanças sofrera a mais violenta provação para um patriota da sua estirpe, de tamanha competência e desmesurado sacrifício, quando, os clientes daquele supermercado lisboeta, descobrindo o sr. Gaspar também na fila da caixa, desataram a protestar, chegando ao ponto de lhe cuspir no píncaro da cara . . .

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Os segredos da Goldman Sachs – Observatório do mundo

03 Sexta-feira Maio 2013

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Banca, crise, euro, golman sachs

4,5 mil milhões de euros saíram, avisadamente, a tempo! – Sérgio Ribeiro

03 Quarta-feira Abr 2013

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BCE, chipre, confisco, crise, Dragui, eurozona, FMI, Ue

Enquanto fazia outras coisas, os olhos apanharam em roda-pé a informação de que 4,5 mil milhões de euros tinham sido “retirados” de Chipre, por quem bem avisado foi antes desta enormíssima encenação, só possível após os recentes resultados eleitorais. Para um país e uma economia com as dimensões de Chipre, 4,5 mil milhões de euros é uma… enormidade!

Mas o país era, além de muita outra coisa diferente e que fazia a diferença, uma ilha em offshore. O que é o capitalismo em todo o seu esplendor especulativo, beneficiando da cumplicidade e do servilismo de quem politicamente concedeu a libertina e universal circulação de capitais e a desmetalização/desmaterialização do dinheiro (o que é recente… só tem escassas décadas!, e percorre o mundo capitalista ou que o capitalismo alcança com as suas garras).

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Lições da crise cipriota – Jacques Sapir

01 Segunda-feira Abr 2013

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BCE, chipre, confisco, crise, Dragui, eurozona, FMI, Rússia, saque, zona euroº

Já é tempo de tirar lições da crise cipriota. Esta última foi importante não pela dimensão do país – Chipre não representa senão 0,2% do PIB da zona Euro – mas devido às medidas tomadas e suas consequências. Elas provam que Chipre, por pequeno que seja, abalou profundamente a zona Euro.

A crise do Euro passou a uma fase qualitativamente superior 

Em primeiro lugar, esta crise fez explodir o tabu de uma punção sobre as contas bancárias. Naturalmente, não se tocará nas contas com menos de 100 mil euros, apesar do primeiro plano de salvamento, aprovado pelo conjunto do Eurogrupo. Em todo caso, não se tocará nelas de imediato… Mas a ideia de que Chipre constituía um caso excepcional, o que foi repetido por François Hollande na quinta-feira 28 de Março na televisão, está morta e bem morta. Klaas Knot, membro do Conselho do BCE, declarou assim sexta-feira 29 de Março [1] seu acordo de princípio com a declaração muito controvertida de Jeroen Dijsselbloem, o presidente do Eurogrupo [2] . Esta notícia política decorre directamente da pressão alemã. A sra. Merkel decidiu, na ocasião da crise cipriota, indicar claramente que não estava em causa que o contribuinte alemão continuasse a ser puncionado [3] . Trata-se de uma posição que se pode compreender perfeitamente. Mas ela traz em si o fim da zona Euro e isto por duas razões. Por um lado, se se pode compreender que se ponham a contribuir os accionistas de um banco, tocar nos depositantes é muito contra-producente devido aos efeitos de pânico (o “bank run”) que isso se arrisca a provocar. A seguir, se a Alemanha não quer pagar, e ela deveria desembolsar 8% a 10% do seu PIB a cada ano para que a Zona euro funcionasse [4] , esta última está condenada. Assim, esta crise revela-se não como um episódio menor num processo que estaria sob controle, como pretendeu o nosso Presidente na ]TV] France-2, mas antes como um novo salto qualitativo como o dito Paul de Grauwe, economista da London Business School [5] . Esta é a segunda lição que se pode tirar desta crise. Este salto qualitativo, cujos efeitos poderão ser vistos na Eslovénia que daqui a algumas semanas pedirá a ajuda da Troika, já tem consequências sobre os dois países mais ameaçados pela nova doutrina bruxelense-alemã: a Espanha e a Itália. Será preciso observar nas próximas semanas a evolução do montante dos depósitos nos bancos italianos.

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Ler “O Capital” – Filipe Diniz

30 Sábado Mar 2013

Posted by cduarouca in Economia, EUA, Euro, Europa, Internacional, Política, Sociedade, Trabalhadores, UE

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chipre, confisco, crise, Roubo, saque

A recente crise despoletada em Chipre obriga a um esforço de informação. E não é fácil, porque os grandes media fazem com a crise do capitalismo a mesma coisa que fazem com as agressões imperialistas: são parte interessada e cúmplice, e “informam” em função disso.

Por exemplo: em relação à bárbara medida, sem precedentes, de sacar dinheiro aos depositantes dos bancos, grandes ou pequenos, o que destacam em coro esses media? Que se trata de ir às contas onde dinheiro sujo dos “russos” é branqueado. Como se não houvesse abundante branqueamento de dinheiro da mesma origem em outras sedes, em países como a Holanda ou a Grã-Bretanha ou o Luxemburgo. Como se fosse por acaso que duas das quatro maiores firmas mundiais de contabilidade (KPMG e PricewaterhouseCoopers, que não são certamente “russas”) estão instaladas na ilha. Como se o Laiki Bank, agora em maus lençóis, não tivesse como um dos maiores accionistas uma companhia do Dubai. Como se, no fim de contas, esse dinheiro “russo” não fosse hoje parte integrante do sistema financeiro do capitalismo global onde não tem cor, nem cheiro, nem nacionalidade.

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O pião cipriota – Thierry Meyssan

28 Quinta-feira Mar 2013

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chipre, confisco, crise, EUA, Europa, saque, Ue

Washington foi rápido a utilizar a crise financeira cipriota para iniciar a estratégia de captação de capitais que eu descrevi três semanas atrás nestas colunas [1]. Com a ajuda da directora do Fundo monetário internacional, a pró-americana Christine Lagarde, eles puseram em causa a inviolabilidade da propriedade privada na União europeia e tentaram confiscar um décimo dos depósitos bancários, pretensamente para capitalizar a banca nacional cipriota afectada pela crise grega.

É escusado dizer que, a finalidade anunciada não é senão um pretexto já que longe de resolver o problema, este confisco se fosse realizado não faria mais que agravá-lo. Ameaçados, os restantes capitais fugiriam da ilha provocando o colapso da sua economia.

A única, real, solução seria anular as dívidas antecipando para isso as receitas da exploração do gás cipriota. Isto seria tanto mais lógico quanto este gás a baixo preço relançaria a economia da União europeia. Mas, Washington decidiu nisto de outra forma. Os Europeus são instados a continuar a procurar a sua energia a preço elevado no Próximo-Oriente, enquanto este gás a baixo preço fica reservado para alimentar a economia israelita.

Para mascarar o papel da decisão de Washington, este “hold-up”- (expressão em inglês para assalto, NdT) – bancário não é apresentado como uma exigência do FMI, mas como a de uma troika, incluindo a UE e o BCE. Nesta perspectiva, o confisco substituiria uma desvalorização ornada impossível pela pertença à zona euro. Salvo que, aqui, a desvalorização não seria uma política de Nicósia, mas um diktat do patrão do BCE, Mário Draghi, o ex-director europeu do banco Goldman Sachs, que é precisamente o principal credor de Chipre.

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A catástrofe grega: “Progresso económico” construído sobre bases políticas podres – Prof. James Petras

28 Quinta-feira Mar 2013

Posted by cduarouca in Grécia, Internacional, James Petras, Política, Sociedade, UE

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crise, depressão económica, Desemprego, greves gerais, relações de família e inter-geracionais

 Três gerações de trabalhadores gregos

Quando a Grécia entra no sexto ano da pior depressão económica da Europa, com 30% da sua força de trabalho desempregada e mais de 52% da sua juventude sem emprego, todo o tecido social está a dilacerar-se; a taxa de suicídios está a disparar e cerca de 80% da população caminha para o declínio. As relações de família e inter-geracionais sofrem impacto profundo; convicções anteriores evaporaram-se. Incertezas, medo e cólera inspiram protestos em massa diários. Mais de uma dúzia de greves gerais levaram os gregos, desde alunos da escola secundária até octogenários, a uma luta desesperada para conservar os últimos resquícios de dignidade e sobrevivência material.

A União Europeia e os colaboradores gregos pilharam o tesouro, cortaram empregos, salários e pensões, executaram hipotecas de habitações e elevaram impostos. Os orçamentos familiares contraíram para a metade ou um terço dos seus níveis anteriores.

Num crescente número de famílias, três gerações estão a viver sob um mesmo teto, mal sobrevivendo das pensões em redução dos seus avós: algumas famílias à beira da indigência. A prolongada – nunca acabada e a piorar – depressão capitalista provocou uma ruptura profunda no ciclo de vida e nas experiências de viver de avós, pais e filhos. Este ensaio será centrado nos avós, pais e filhos devido a maior familiaridade com as suas experiências de vida.

A rutura inter-geracional pode ser melhor compreendida no contexto das “experiências de vida” contrastantes de três gerações. O foco será sobre as experiências de trabalho, política, família e lazer.

Experiências de trabalho: Os avós

Os avós das famílias, na maior parte dos casos, migraram de áreas rurais ou pequenas cidades durante o período pós guerra civil (1946-49) e muitos estabeleceram-se nos subúrbios pobres de Atenas. A maior parte mal acabou a escola secundária e encontrou emprego mal pago no têxtil, construção e empresas públicas. Os sindicatos não existiam, “semiclandestinos” e sujeitos a dura repressão pelos regimes direitistas apoiados pelos EUA no princípio da década de 1960. Entre os meados e o fim da década de 1970 os avós gravitaram em direção a partidos de “centro-esquerda” e ao renascimento da atividade sindical. Isto ocorreu especialmente entre a crescente indústria de montagem e entre trabalhadores do sector público e nas indústrias elétricas, de telecomunicações, portos marítimos e de transportes. O golpe de 1967 apoiado pelos EUA e a resultante junta militar (1967-1973) teve um impacto duplo: Colocou fora da lei sindicatos e negociações coletivas, por um lado, e estimulou o investimento estrangeiro conduzido pelo clientelismo de estilo corporativo, por outro.

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Chipre e a crise capitalista – Albano Nunes

22 Sexta-feira Mar 2013

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capitalismo, chipre, crise, FMI, Ue

Ao mesmo tempo que os portugueses eram confrontados com novas notícias sobre o dramático agravamento da situação económica e social do país, o Chipre, uma vez quebrada a resistência às receitas do FMI e da UE pela vitória da direita nas eleições de 24.02.13, tornava-se no quinto país da União Europeia sujeito aos ruinosos «planos de resgate» impostos pelo grande capital e objecto de um ataque sem precedentes aos depósitos bancários dos cipriotas, provocando uma onda de indignação e de revolta que está a encostar à parede o novo governo reaccionário.

Em Chipre como em Portugal, a pretexto da «ajuda» para impedir a «bancarrota» (da banca), as mesmas exigências de cortes nos salários e rendimentos, de desmantelamento dos serviços públicos, de privatizações, de «reformas estruturais». A mesma linha de intensificação da exploração, liquidação de direitos, centralização e concentração de capital, limitações à soberania. As mesmas consequências de empobrecimento, desemprego, recessão e ainda maior endividamento. Os mesmos mecanismos de sucção de mais valia e de drenagem para o sector privado e monopolista do património público. Tudo isto num quadro cada vez mais assumido de que a austeridade veio para ficar, que não há que contar com o regresso à situação anterior à falência do Lehman Brothers em 2008, que o empobrecimento, o desemprego, os cortes sociais, a desregulação laboral e tudo o mais que tem estado no centro da ofensiva do grande capital é para continuar para lá do famoso «regresso aos mercados».

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Chipre: Draghi utiliza o bloqueio monetário – Medida equivale a um “acto de guerra” – Jacques Sapir

20 Quarta-feira Mar 2013

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chipre, crise, Dragui

O “bloqueio monetário” de Chipre que acaba de ser posto em acção pelo BCE é um acto de uma gravidade extraordinária, cujas consequências devem ser cuidadosamente estudadas. A decisão do sr. Mario Draghi abrange dois aspectos: em primeiro lugar o BCE não alimenta mais o Banco Central de Chipre com papel-moeda (ponto que não parece essencial pois as reservas de cash parecem importantes) e além disso interrompe as transacções entre os bancos cipriotas (assim como as empresas baseadas em Chipre, sejam ou não cipriotas) pois doravante já não podem fazer transacções com o resto da zona Euro. Por outro lado, a decisão equivale a um “bloqueio” económico, ou seja, nos termos do direito internacional a uma acção equivalente a “acto de guerra”. É portanto terrível a gravidade da decisão tomada por Mario Draghi. Ela poderia também prestar-se a contestação diante dos tribunais internacionais. Mario Draghi poderia, por isso, encontrar-se um dia diante de um tribunal, internacional ou não.

Sobre a interrupção das relações entre bancos cipriotas e a zona Euro, o argumento invocado é a “dúvida” sobre a solvabilidade dos ditos bancos cipriotas. Isto é evidentemente um puro pretexto pois há “dúvidas” desde Junho último. Todo o mundo sabe que com as consequências do “haircut” imposto sobre os credores privados da Grécia foram fragilizados consideravelmente os bancos de Chipre. O BCE não havia reagido na ocasião e não considerava o problema da recapitalização destes bancos como urgente. O BCE decidiu-se a fazê-lo no dia seguinte à rejeição pelo Parlamento cipriota do texto do acordo imposto a Chipre pelo Eurogrupo e a Troika. Não era possível ser mais claro. A mensagem enviada por Mario Draghi é portanto a seguinte: ou vocês se dobram ao que NÓS decidimos ou sofrerão as consequências. Isto não é apenas uma mensagem, é um ultimato. Verifica-se aqui que todas as declarações sobre o “consenso” ou a “unanimidade” que teria presidido à decisão do Eurogrupo não são senão máscaras frente ao que é realmente um Diktat .

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A necessária saída da zona euro – João Carlos Graça

27 Quarta-feira Fev 2013

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crise, dívida, taxa de onflacção, UEM

Ler Jacques Sapir – o “indispensável” Jacques Sapir, como lhe chama, e bem, o João Rodrigues nos Ladrões de Bicicletas – constitui cada vez mais uma forma de “lavar a alma”, permitindo-nos ver um pouco mais além daquilo que as viseiras estreitas do europeísmo, incluindo o “europeísmo de esquerda”, nos autorizam e se autorizam. Para não ser repetitivo em relação ao que já escreveu Octávio Teixeira , permitam-me que trate agora de sublinhar, no artigo do Sapir publicado por resistir.info :

1)   A assunção, da escola dita das “expectativas racionais”, em que está fundada a União Económica e Monetária (UEM). Ou seja, e nas palavras de Sapir: “Os economistas do BCE afirmam há muito que a melhor taxa de inflação é a mais baixa possível. Fundam este objetivo na afirmação de que os agentes económicos não seriam de todo sensíveis à ilusão nominal. Por outras palavras, que os agentes estariam plenamente conscientes das modificações presentes e futuras dos preços de todos os produtos e de todos os ativos, e que determinariam a sua atitude reportando-se à sua riqueza real”.

Deve destacar-se que, para além de profundamente irrealista, esta assunção é quintessencialmente constitutiva da oposição de direita ao keynesianismo, ou ao Estado social. Trata-se de reaganomics em estado puro: Robert Lucas, Robert Barro e afins, os restauradores “água doce” da ortodoxia neoclássica na mainstream economics, e assumidamente à custa do keynesianismo. Face a isto, e desde logo, a presença mesmo de uma “oposição de esquerda” adentro do “europeísmo realmente existente” torna-se de todo em todo irrelevante. Noutros termos, os economistas do Bloco de Esquerda e do Syriza, precisamente em virtude do seu “europeísmo” (e mesmo sendo ele oficialmente “crítico”), estão constitucionalmente à direita e mesmo muito à direita de Lord Keynes.

Isto não é um acidente de percurso. Não estamos perante um “oops!”, uma coisa que até teria sido bem-intencionada, apenas depois um pouco menos bem esgalhada na prática. Não se trata aqui do dito de que “de boas intenções está o Inferno cheio”, de que “a vida é bela, os homens é que dão cabo dela”, ou coisa semelhante. Não, nada disso! O “projeto europeu” é, já ao nível mesmo das intenções conscientes, um projeto constitucionalmente visando comprimir o montante da intervenção estatal na economia, o nível geral da incidência fiscal, a progressividade desta e, naturalmente, junto com tudo isso, também o nível dos salários. É um projeto não de “salários mínimos” internacionais, ou transnacionais, mas pelo contrário de “plafonamento” dos salários, de compressão e indução generalizada da baixa destes. É também um projeto de “plafonamento do Estado”, de compressão da intervenção económica deste último através da concorrência fiscal, e naturalmente de ampliação da esfera dita “do mercado”, isto é, dos lucros, e sobretudo dos lucros financeiros. A “Europa social” nunca acontecerá! – como aliás parece ter compreendido bem o João Rodrigues (aqui) .

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A permanência no Euro não é um desastre irreversível – Octávio Teixeira

26 Terça-feira Fev 2013

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crise, dívida, euro, saída

Em boa hora o resistir.info nos brinda com mais um estudo de Jacques Sapir que, não haja dúvidas, se tornou como que “indispensável” no quadro da denuncia sustentada do erro crasso que foi a criação do Euro e da cada vez mais evidente e urgente necessidade objectiva de desmantelamento da zona Euro ou do abandono dessa zona por parte dos países (com Portugal na linha da frente) que mais lesados têm sido e continuam a ser pela pertença à moeda única.

Desta feita Jacques Sapir suscita a questão da grande diferença que existe nas dinâmicas e nos níveis da taxa de inflação existentes entre os diversos países da Zona e dos constrangimentos que, em consequência, para eles resultam pelo facto de estarem sujeitos a uma moeda e taxa cambial únicas, com efeitos nefastos nos níveis do crescimento económico, da competitividade das suas economias e da própria dívida.

Essa foi uma das questões suscitadas já nos anos 90 pelos (poucos) que no nosso país combateram a irresponsável adesão à moeda única. Primeiro quando os Governos de Cavaco Silva estabeleceram esse objectivo como prioritário e privilegiaram a convergência nominal em detrimento da convergência real, depois quando o governo de António Guterres concretizou a adesão ao Euro.

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O crescimento e a inflação contra a dívida – Jacques Sapir

25 Segunda-feira Fev 2013

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crise, dívida pública, divida privada, euro, França, PIB, taxa de inflacção

Não é preciso ser marxista para constatar que a pertença à zona Euro constitui uma grilheta que tolhe o desenvolvimento da maioria dos países europeus.  Isso pode ser visto por qualquer economista sem viseiras, como é o caso do keynesiano Jacques Sapir.  Neste artigo ele demonstra, e bem, que até mesmo a França seria beneficiada se abandonasse o euro e retornasse à sua antiga moeda nacional, o franco.

Se isto é verdadeiro até para a França, o que dizer em relação a Portugal?  Neste país submetido aos tratos brutais da troika FMI/BCE/UE, a recuperação da soberania monetária constituiria uma verdadeira libertação nacional.  Esta é a condição necessária e indispensável (mas não suficiente) para o desendividamento e para qualquer desenvolvimento digno desse nome.

Quanto mais tarde isso for percebido e quanto mais tarde forem dados passos nesse sentido, mais escravizado e depauperado estará o país.  Pretender um novo governo mas sem dar este passo fundamental – mesmo que o dito governo se diga “de esquerda” – é enganar os outros e enganarmos a nós próprios.

A questão da dívida pública é objecto de confusões importantes. Na realidade, ela gira inteiramente em torno da questão do crescimento nominal (crescimento real + taxa de inflação) e não da questão da pressão fiscal. A questão da pressão fiscal é importante para determinar o nível do défice orçamental que poderá ser aceitável.

Dívida e crescimento nominal 

A fórmula utilizada para medir o peso da dívida ou Dívida/PIB contém já uma confusão. Compara um stock (a dívida) com um fluxo, a riqueza criada num período de referência (neste caso um ano) e medida pelo PIB (soma dos valores acrescentados). Uma medida mais coerente seria comparar a dívida com o stock das imobilizações e do capital (infra-estruturas) que o Estado possui. Este stock é largamente superior ao valor anual do PIB. Se conservarmos a fórmula Dívida/PIB , que é uma fórmula de análise estática, a fórmula dinâmica (derivada) escreve-se Défice Orçamental/Crescimento Nominal do PIB. 

Sendo o défice orçamental (numerador) medido aos preços correntes, é preciso evidentemente que o denominador também o seja. Recorde-se que o crescimento nominal é o produto do crescimento do PIB em termos reais pela taxa de inflação. O nível do crescimento nominal depende pois daquilo a que chamamos “crescimento” (na realidade, o crescimento do PIB em termos reais) e do nível da taxa de inflação. O nível da taxa de inflação aceitável depende da competitividade da França em relação aos seus principais concorrentes. Marcaremos com (f) os números relativos à França e com (c) os que são relativos aos países concorrentes. Neste caso, e tudo o mais permanecendo igual, a competitividade é medida pelo diferencial da inflação (lf/lc) que mostra o crescimento comparado da produtividade do trabalho entre a França e os países concorrentes (Prodf/Prodc).

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Crise sistémica global Segundo semestre de 2013: A realidade ou a antecipação do colapso do dólar obriga o mundo a reorganizar-se sobre novas bases – GEAB

21 Quinta-feira Fev 2013

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alerta, crise, EUA, euro, Europa, falências, PIB

bosch

Assim como a crise do euro pressionou a Europa a modernizar-se e a adaptar sua governação económica e financeira ao ambiente do século XXI, a terrível crise do US dólar vai obrigar o planeta a transformar o conjunto das estruturas da governação mundial, a começar certamente pelo sistema monetário internacional para acalmar a tempestade que se prepara para atingir as moedas.

Conforme nossas antecipações, esta reorganização, que não começará a concretizar-se senão com o G20 de Setembro, infelizmente arrisca-se a ser feita na precipitação uma vez que a nossa equipe prevê os primeiros grandes terrores quanto ao dólar para o período Março-Junho de 2013.

Uma frase de Antonio Gramsci [1] descreve de modo magnífico o longo período de transição perigosa que vivemos actualmente: “O velho mundo morre, o novo mundo tarda a aparecer e nesta clareza-obscuridade surgem os monstros”. Este período vai finalmente terminar mas os monstros ainda se agitam.

Sem surpresa, um dos possantes factores que vão acelerar a perda de influência dos Estados Unidos sobre o mundo refere-se ao petróleo. Assiste-se com efeito aos últimos dias do petrodólar, elemento chave da dominação estado-unidense. Eis porque decidimos tratar longamente neste GEAB a problemática mundial do petróleo. Damos igualmente os Índice Dolar e Índice Euro do GEAB para seguir de modo mais fiável a evolução das moedas na tempestade monetária actual. Finalmente, terminamos como de costume pelo GlobalEuromètre.

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Sobre o euro – Vaz de Carvalho

29 Terça-feira Jan 2013

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corrupção, crise, dívida pública, euro, fraude, mecados, neoliberalismo, PIB, Ue

– Considerações, uma proposta, mas nenhuma descoberta…

1– REFORÇADA A ESPECULAÇÃO EM CURSO 

Imaginemos um navio governado por pilotos incompetentes e gananciosos, que carregaram a embarcação para além de todos os limites de segurança, ficando em risco de naufrágio ao avançarem para afloramentos rochosos. Que fazem os pilotos depois enganarem passageiros e tripulantes dizendo que tudo ia bem e de muito discutirem entre si? Invertem o rumo? Não, limitam-se a desviar a rota, indiferentes ao facto de que naquele rumo terão pela frente mais escolhos. Isto não os preocupa, sabem que serão salvos, as suas riquezas “resgatadas” e acrescentada com prémios de seguro. Esta a imagem da UE na sua deriva neoliberal. 

É ponto assente que no neoliberalismo a economia é movida pelo endividamento: dos Estados, das empresas, das famílias. Tem duas fases em alternância: juros baixos, juros altos. Uma simples evidência empírica desde os anos 60-70 do século XX. Para o endividamento prosseguir é estabelecida uma condição de base: o máximo de riqueza produzida é concentrada nas mãos dos credores, não dos Estados, nem das famílias nem das empresas – exceto as ligadas à finança. 

A divida pública na zona euro entre 2000 e 2012 cresceu 88% e na UE-27 cresceu 97%. Com a agravante de entre 2008 e 2012, o aumento registado ser de 36%, (base de dados da CE, AMECO) isto apesar das austeridades, e de muitas “decisões importantes e positivas”. Diga-se ainda que o endividamento total dos países da UE terá atingido 417% do PIB em meados de 2012. [1] Dados apontam para a nível mundial o endividamento em 2011 ser 2,5 vezes maior que em 2003 – com mais desemprego, mais pobreza, mais fome, etc. 

Na UE perante o afundamento das economias espanhola, italiana, francesa, belga, etc, o BCE, contra o que andou propalar durante anos, teve de se tornar o garante das dívidas públicas. Um único objetivo: assegurar que a especulação e os lucros financeiros prossigam. 

O futuro do euro, continua assim colocado nas mãos dos “mercados”, ou seja, nunca é de mais lembrar: nas mãos de especuladores, percorridos por casos de corrupção, fraude, má gestão. 

O BCE força a repetição do cenário de juros baixos de há 7 ou 10 anos atrás. Apenas vai fazer crescer a bolha financeira especulativa, e não se vê que meios terá para suportar as consequências daqui resultantes. 

A questão que ninguém ligado ao sistema parece pôr é: como vão ser pagas as dívidas, numa economia sem crescimento, desemprego endémico e quando de uma forma generalizada, Estados, MPME e famílias, estão na maioria dos países no limite da falência? 

Em Portugal, dentro deste panorama como vão ser pagas as dívidas? Como vai ser feito investimento com taxas de juro de 5% + risco + lucro? Sem aumento da procura agregada e nas condições de uma globalização acéfala – para os povos. 

É bom recordar aos que acham “positivo” o atual – falso – “regresso aos mercados”, a situação que os países em desenvolvimento experimentaram sob a agiotagem internacional protegida e incentivada pelo FMI: entre 1970 e 2009 pagaram 110 vezes o que deviam em 1970, no entanto durante este mesmo período a sua dívida externa foi multiplicada por 50. (www.cadtm, Les Chiffres de la Dette, 2011) 

Pensamos que, antes de abordar a questão do euro, será bom ter em conta as condicionantes da dívida já que, moeda sem contrapartida de produção – valor-trabalho – é dívida. 

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Reflexões sobre a crise – Remy Herrera

23 Quarta-feira Jan 2013

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crise, crise sistémica, grécia, Irlanda, Islândia, Marx, Portugal

Um dos erros mais frequentes nas interpretações habituais da crise actual é que seria uma crise financeira que contaminaria a esfera real da economia. Na verdade, é uma crise do capital, em que um dos fenómenos mais visíveis e mediatizados surgiu na esfera financeira devido à extrema financiarização do capitalismo contemporâneo. Vemo-la como uma crise sistémica, que afecta o próprio coração do sistema capitalista, o centro de poder das altas finanças, que controla a acumulação há mais de três décadas. Não é um fenómeno conjuntural e sim estrutural. A série de repetidas crises monetário-financeiras que golpeou sucessivamente diferentes economias desde há 30 anos faz parte da mesma crise – desde o “golpe de Estado financeiro” dos Estados Unidos em 1979: o México em 1982, crise da dívida nos anos 80, Estados Unidos em 1987, União Europeia, incluindo a Grã-Bretanha, em 1992-1993, México, em 1994, Japão, em 1995, a chamada Ásia “emergente” em 1997-1998, Rússia e Brasil, em 1998-1999, bem como a Costa do Marfim nesse mesmo momento, novamente os Estados Unidos em 2000, com o estouro da bolha da “nova economia”, depois a Argentina e Turquia em 2000-2001… Crise que se agravou recentemente, especialmente desde 2006-2007, a partir do centro hegemónico do sistema, e que se generalizou como uma crise multidimensional; sócio-económica, energética, política, climática, alimentar, inclusive humanitária e, claro, também financeira: na Islândia, na Grécia, na Irlanda, em Portugal … Não é o ” beginning of the end of crisis ” entendido pelos conselheiros do presidente Barack H. Obama. Não é uma crise de crédito normal e corrente, nem tão pouco uma crise de liquidez passageira, mediante a qual o sistema encontraria o modo de se recompor, reforçar-se-ia e recomeçaria “normalmente” – com um novo auge das forças produtivas e no quadro das relações sociais modernizadas. Tudo isto parece mais grave, realmente muito mais grave…

II. Parte Um: a referência a Marx 

A. Começo por dizer que, para analisar esta crise capitalista em particular, assim como as crises capitalistas em geral, a referência a Marx continua a ser, hoje, absolutamente fundamental. 

1. Porque o marxismo, ou os marxismos (incluindo certas mesclas marxizantes), nos fornecem para esta análise, ferramentas, conceitos, métodos, teorias, assim como soluções políticas muito poderosas – e isto apesar das dificuldades e incertezas. É o quadro teórico mais poderoso e mais útil para compreender e analisar a crise e, especialmente, para apreender as transformações actuais do capitalismo e tentar explicar as transições pós-capitalistas que se abrem e iniciam – pelas razões e nas condições que aqui mencionarei.

2. Para aquelas e aqueles que – num determinado seminário – tiveram o desplante de não se convencerem e também de tratarem os marxismos como coisa pouca, acrescentaria que pouca coisa é melhor do que nada; porque o facto (incrível) é que não existe uma teoria da crise na corrente actualmente dominante em economia, ou seja, a mainstream neoclássica. Ou pior: para esta, a crise não existe como elemento da teoria. É tão verdade que a maioria das grandes enciclopédias “ortodoxas” não têm nem capítulo nem nenhuma entrada para “crise”. Na teoria (para a economia padrão: formalização matemática) ou no empirismo (para esta mesma economia padrão: a econometria), o tema da crise pouco interessa: têm-lhes dedicado muito poucos trabalhos académicos da corrente neoclássica – incluídasas suas fronteiras (internas) “neo- keynesianas”.

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Aprender com a América latina – Bonifacio Cañibano

16 Quarta-feira Jan 2013

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consenso de Washington, crise, Equador, espanha, FMI, Portugal, Rafael Correa

Presidente RAFAEL CORREA  do Equador a descrever em Sevilha a Crise Espanhola (e a Crise Portuguesa) falando do Equador

rafael_correa2Rafael Correa chegou ontem à tarde à Universidade Pablo de Olavide, em Sevilha, onde era aguardado por uma multidão de pessoas. Veio explicar como tinha o Equador saído da crise da sua dívida ou, como ele próprio chamou, da «longa noite neoliberal» na qual afundaram o país na década de noventa: a ação conjunta de banqueiros insaciáveis, políticos corruptos e governos cegamente obedientes às medidas desreguladoras do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Parecia estar a descrever o que se está a passar em Espanha e no Sul da Europa, porque o processo era quase uma fotocópia do seguido aqui, de tal modo que, para não provocar conflitos diplomáticos, avisou no início da conferência que «não vinha dar conselhos ao governo espanhol sobre a forma de sair da crise, mas sim descrever o que tinha acontecido no país dele».
 
A sala onde decorreu a conferência estava a abarrotar de estudantes e havia mais três salas onde se seguia a sua intervenção por videoconferência. Mesmo assim, não era suficiente. Fora, no campus, um numeroso grupo de estudantes que tinham ficado sem lugar gritava durante metade da conferência: «Que saia Correa!»
 .
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Espiral descendente: Não há saída da crise da dívida – por Claus Peter Ortlieb

12 Quarta-feira Dez 2012

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austeridade, crise, FMI, keynesianismo, receita fiscal, Troika

espiral_descendente3É cada vez mais claro que as medidas de austeridade prescritas para zona euro apenas agravam ainda mais a crise que pretendem combater. Em todas as economias nacionais caídas sob o controlo da “troika” do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia as medidas de poupança levaram à queda da procura interna. A recessão assim desencadeada ou agravada leva ao aumento do desemprego, o que exige maiores encargos sociais, diminuindo ao mesmo tempo o PIB e a receita fiscal. Como resultado agravam-se os indicadores da dívida nacional, tanto do stock de dívida como do novo endividamento, em percentagem do PIB mais reduzido. O que por sua vez é invocado pela “troika”, que pelos seus critérios outra coisa não pode fazer senão apertar o torniquete e agravar as exigências de poupança, o que volta diminuir a procura interna e assim sucessivamente. 

Esta espiral de poupança, recessão, mais poupança e recessão ainda mais acentuada já é conhecida desde a década de 1930, na Alemanha desde o caso dos decretos de emergência de Brüning [último chanceler de República de Weimar], mas também nos EUA, onde o governo do presidente Hoover seguiu um percurso semelhante. O resultado então obtido pode agora ser observado de novo nos países do sul da Europa em crise: uma taxa de desemprego de cerca de 25 por cento, com o desemprego juvenil a rondar os 50 por cento. Mas há uma diferença: enquanto na década de trinta os governos arruinaram as suas próprias economias, na zona euro esse trabalho é feito pelo governo alemão, com o resultado de que quase só a economia alemã cresce (ainda) um pouco, enquanto a zona do euro como um todo encolhe economicamente. 

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A Islândia mostrou o caminho: recusar a austeridade – Salim Lamrani

11 Quinta-feira Out 2012

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crise, Islândia, media

– Recusou receituário do FMI, deixou bancos falirem e condenou responsáveis pela crise 
– Por que pouco se fala da Islândia nos media portugueses que se auto-proclamam como “referência”?

Quando, em Setembro de 2008, a crise económica e financeira atingiu a Islândia – pequena ilha no Atlântico com 320 mil habitantes –, o impacto foi desastroso, tal como no resto do continente. A especulação financeira levou à falência os três principais bancos, cujo total de activos era dez vezes superior ao PIB do país. A uma perda líquida foi de 85 mil milhões de dólares. A taxa de desemprego aumentou nove vezes entre 2008 e 2010, ao passo que antes o país gozava de pleno emprego.

A dívida da Islândia representava 900% do PIB e a moeda nacional desvalorizou-se 80% em relação ao euro. O país caiu numa profunda recessão, com uma diminuição do PIB de 11% em dois anos. [1]

Diante da crise 

Em 2009, quando o governo pretendeu aplicar as medidas de austeridade exigidas pelo FMI em troca de uma ajuda financeira de 2,1 mil milhões de euros, uma forte mobilização popular o obrigou a renunciar. Nas eleições antecipadas, a esquerda ganhou a maioria absoluta no Parlamento. [2]
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A aprender com a eurocrise – Michael Hudson

10 Quinta-feira Maio 2012

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crise

Manchetes em todo o mundo saúdam os resultados eleitorais na Grécia e em França como uma rejeição de programas de austeridade por parte dos eleitores destes países. Bem, o que podem os americanos aprender com os resultados destas eleições e com a crise da eurozona?

Agora, juntando-se a nós para falar acerca disto está Michael Hudson. Michael é um antigo analista financeiro da Wall Street e um reputado professor e investigador de ciência económicas da Universidade de Missouri – Kansas City. Ele vai lançar um novo livro chamado The Bubble and Beyond. Obrigado por vir aqui, Michael.

MICHAEL HUDSON, Professor investigador, UMKC: Obrigado, Paul.

PAUL JAY, Editor sénior, TRNN: Então, o que os americanos deveriam aprender com as eleições europeias?

HUDSON: O que está a acontecer na Europa também está a acontecer aqui. Partidos de esquerda, partidos socialistas, partidos trabalhistas, todos eles dizem que vão preservar o contrato social e, logo que chegam ao governo, eles liquidam-no em benefício dos seus apoiantes financeiros, eles traem o trabalho. O Partido Socialista na Grécia caiu de 44% para 14% porque [adoptou] as mais odiosas medidas anti-trabalho na Europa. A mesma coisa em França agora. Hollande, dos socialistas franceses, antes das eleições, disse que ia implorar ou pedir à Europa para, por favor, não insistir em que revertamos nossos programas sociais. E exactamente nesta manhã ele disse, bem, eu lhes pedi e eles disseram não. Receio que a fim de preservar a Europa, a fim de preservar a ideia de uma harmonia política, estejamos em vias de ir em frente e impor mais austeridade sobre o povo. Sinto muito. Mas se você não gosta, pode votar por um outro partido daqui a quatro anos. Mas aqui tem de haver austeridade e vamos ter de reduzir salários, não há nada a fazer. Se você não perde nossos contribuidores de campanha, os bancos podiam perder e não podíamos deixar que isso acontecesse, porque se os bancos perdem eles consideram que isso lhes é intolerável.  Continuar a ler →

Uma crise estrutural exige uma mudança estrutural – István Mészáros

19 Quinta-feira Abr 2012

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capitalismo avançado, crise, dívidas soberanas, Financial Times, Herbert Marcuse, Imperialismo, Jean-Paul Sartre, Marx

Quando se afirma a necessidade de uma mudança estrutural radical é necessário que fique desde logo claro que não se trata de um apelo a uma utopia irrealizável. Bem pelo contrário, a característica essencial das teorias utopistas modernas é precisamente a projecção de que o melhoramento das condições de vida dos trabalhadores pode ser alcançado no quadro estrutural existente nas sociedades criticadas. Foi neste espírito que Robert Owen de New Lanark, que mantinha uma parceria insustentável com o filósofo utilitarista liberal Jeremy Bentham, tentou realizar as suas reformas sociais e pedagógicas. Ele exigia o impossível. Como sabemos, o sonante princípio moral utilitarista do “maior bem para o maior número” não teve, desde que Bentham o advogou, nenhuma tradução real. O problema é que, sem uma correcta compreensão da natureza económica e social da crise do nosso tempo – que hoje já não pode ser negada nem sequer pelos defensores da ordem capitalista, mesmo que estes continuem a rejeitar a necessidade de uma mudança estrutural – as hipóteses de chegar a bom porto ficam seriamente comprometidas. O deperecimento do “Estado Social”, mesmo nos poucos países privilegiados onde chegou realmente a ser implementado, apresenta-se como uma grande lição neste domínio.

Permitam-me começar por citar um artigo recente dos editores de The Financial Times, jornal diário de referência da burguesia internacional.

Ao abordar os perigos das crises financeiras – reconhecidas agora até pelos seu editores como perigosas – terminam o seu editorial com as seguintes palavras: “Os dois lados (Democratas e Republicanos) são responsáveis pelo vazio de liderança e pela ausência de uma decisão responsável. É uma falha grave de governação e mais perigosa do que aquilo que Washington pensa.” [1] A sabedoria editorial não vai mais longe que isto no que toca à questão das “dívidas soberanas” e do crescente défice orçamental. Aquilo que torna o editorial do Financial Times ainda mais vazio que o “vazio de liderança” que critica é o sonante subtítulo do artigo: “Washington deve parar de fazer pose e começar a governar”. Como se os editoriais deste tipo não contribuíssem mais para a pose do que para a governação propriamente dita. Pois o que está realmente em questão é o endividamento catastrófico da toda-poderosa “casa-mãe” do capitalismo global, os Estados Unidos da América, onde a dívida do governo (excluindo as dívidas individuais e privadas) atinge já o valor de 14 milhões de milhões (trillions) de dólares – valor que aparece projectado na fachada de um edifício público de Nova Iorque a atestar a tendência crescente da dívida.

O que pretendo sublinhar é que a crise com que temos de lidar é uma crise profunda e estrutural que necessita da adopção de medidas estruturais e abrangentes, de modo atingirmos uma solução duradoura. É também necessário relembrar que a crise estrutural com que lidamos hoje não teve a sua origem em 2007, com o “rebentar da bolha” do mercado imobiliário americano, mas, pelo menos, quatro décadas antes. Eu já tinha exposto esta situação, nestes termos, em 1967, ainda antes da explosão do Maio de 68 em França [2] , e escrevi, em 1971, no prefácio à terceira edição de Marx’s Theory of Alienation, que os acontecimentos e desenvolvimentos que então se davam: “testemunhavam de forma dramática a intensificação da crise estrutural global do capital”.

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À deriva – Henrique Custódio

13 Sexta-feira Abr 2012

Posted by cduarouca in Arouca, Economia, Educação, EUA, Europa, Governo, PCP, Política, Portugal, Saúde, Sociedade

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A BANCA, CDS, crise, Passos Coelho, Portas, PSD, sub prime

O Governo de Passos Coelho parece já andar à deriva, tantas são as gaffes, os desmentidos e as decisões contraditórias. Para percebermos a situação, há que recuar.

A actual «crise» capitalista emergiu com a «crise do sub-prime» nos EUA, que desembocou, de imediato, na canalização de rios de dinheiro dos povos para tapar o «buraco» – tão desmedido como insondável – aberto pela especulação mundial sem freio.

Deste desastre capitalista não resultou a mínima consequência para os seus responsáveis – os grandes especuladores financeiros das Bancas e das Bolsas –, chegando-se ao desplante de reconduzir nos seus altos cargos (e remunerações) a generalidade dos banqueiros responsáveis que, exibindo a sua fibra, a primeira coisa que fizeram, após «recondução», foi abotoarem-se com mais uma data de milhões para si próprios.

Milhões, diga-se, directamente extorquidos aos respectivos povos em forma dos tais rios de dinheiros públicos canalizados para que o sistema «não entrasse em colapso».

Para tal, reconduziu-se os que… têm levado o «sistema» a esse colapso.

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A “crise do capitalismo global” – Crise de quem? Quem lucra? – James Petras

22 Quarta-feira Fev 2012

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crise

Desde o Financial Times até à extrema-esquerda, toneladas de tinta têm sido gastas a escrever acerca de alguma variante da “Crise do capitalismo global”. Se bem que os autores divirjam quanto às causas, consequências e curas, de acordo com as suas luzes ideológicas, há um acordo comum em que “as crises” ameaçam acabar o sistema capitalista tal como o conhecemos.

Não há dúvida de que, entre 2008 e 2009, o sistema capitalista na Europa e nos Estados Unidos sofreu um choque severo que abalou os fundamentos do seu sistema financeiro e ameaçou levar à bancarrota seus “sectores principais”.

Contudo, argumentarei que as “crises do capitalismo” foram transformadas em “crises do trabalho”. O capital financeiro, o principal detonador do crash e da crise, recuperou-se, a classe capitalista como um todo foi fortalecida e, acima de tudo, ela utilizou as condições políticas, sociais e ideológicas criadas em resultado das “crises” para mais uma vez consolidar sua dominação e exploração sobre o resto da sociedade.

Por outras palavras, a “crise do capital” foi convertida numa vantagem estratégica para promover os interesses mais fundamentais do capital: a expansão de lucros, a consolidação do domínio capitalista, a maior concentração da propriedade, o aprofundamento de desigualdades entre capital e trabalho e a criação de enormes reservas de trabalho para promover o aumento dos seus lucros.
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Alemanha disponível para flexibilizar ajuda a Portugal

09 Quinta-feira Fev 2012

Posted by cduarouca in Euro, Europa, Governo

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crise, Vitor Gaspar

Várias dúvidas e um top 13 – Anabela Fino

28 Sexta-feira Out 2011

Posted by cduarouca in Europa, Governo, Grécia, PCP, Sociedade

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´mentira, Banca, crise, especulação, fraude, juros

A capitalização da banca transformou-se num tema do quotidiano da velha Europa. O assunto domina os noticiários e não há comentador que se preze que o não traga à colacção. Disse-se mesmo que ontem, 26, seria o dia C – de capital, está visto – para a tomada de decisões históricaspara a zona euro. Dando de barato a classificação – tem havido tantos encontros históricos que a designação já virou anedota… –, importa reter um aspecto que até à data não suscitou, curiosamente, as atenções dos especialistas. Vejamos. A capitalização da banca, dizem-nos, é necessária, mesmo indispensável, para que os bancos mais expostos à dívida grega não ‘percam o pé’, digamos assim, e para que possam abrir o crédito tão necessário ao investimento. Coisa meritória, decerto, embora os ignorantes na matéria possam – e devam – interrogar-se:

– Quanto emprestou a banca aos gregos e quanto recebeu com os juros agiotas impostos à Grécia?

– O que vai deixar de receber é calculado em função dos lucros pornográficos que esperava arrecadar?

– Quanto «perdeu» a banca e quanto vai receber?

– E se a banca vai receber dinheiro do Estado, ou seja dos contribuintes, para emprestar aos contribuintes (particulares e empresas), ganhando obviamente com o negócio, por que hão-de os contribuintes financiar a banca para se financiarem a si próprios a mais alto preço?

– Sendo certo que é sempre o dinheiro dos contribuintes que está em jogo, e afirmando os governos que a sua máxima preocupação é o interesse nacional, por que será tão difícil mudar as regras de um jogo que só prejudica os contribuintes?

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O logro das «inevitabilidades» – Aurélio Santos

28 Sexta-feira Out 2011

Posted by cduarouca in A Cassete, Europa, PCP

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BPN, crise, Goldman Sachs. Mario Draghi

As medidas que este Governo está a tomar são tão marcadamente ditadas pelos interesses do grande capital financeiro e tão descaradamente injustas que o Governo e os partidos da direita que o apoiam não conseguiram encontrar um discurso credível para as justificar.

E assim surge o discurso da «inevitabilidade». A bem da verdade, corrija-se: das falsas inevitabilidades – feito de falsas verdades, num monstruoso logro que querem impor ao povo.

A resolução de uma crise económica pressupõe sempre uma opção política. E só um indisfarçável e perigoso dogmatismo ideológico pode gerar um estreitamento político tão grande e tão grave que leve à afirmação de não existirem outras soluções.

Como acreditar que é aprofundando o modelo ultra neoliberal que se resolve uma crise provocada por esse mesmo modelo?

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flagrantes – 2019

Jerónimo de Sousa em Arouca

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