
Os resultados obtidos pelos alunos portugueses nos testes internacionais PISA 2015 provocaram grande excitação nos media. Originaram conclusões instantâneas: “nós que éramos tão fraquinhos, afinal somos muito bons”; “afinal, os nossos professores, as nossas escolas, os nossos ministros são fabulosos”; “é o rigor, os exames, os rankings que permitem esta sabedoria aos nossos alunos”; e por aí fora…
No fundo, cada um procurou puxar a si os méritos da boa notícia. Foi particularmente delicioso o olhar à direita, que de pessimista inveterado, sobre os méritos da educação moderna, virou optimista convicto. Nos registos, mais simplistas ou mais elaborados, há claramente um antes e um depois PISA 2015. A título de exemplo cito dois. Em 2013, Camilo Lourenço, em livro que higienicamente me abstenho de citar, escrevia uma coisa do género – toda a gente sabe que a educação em Portugal não é grande coisa. Em 12-12-2016, no jornal on-line Observador, Alexandre Homem Cristo titulava um texto sobre os resultados do PISA 2015: “Os alunos aprenderam, os políticos não”.
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