– Gigantesca campanha de manipulação da opinião pública
Nos últimos dias, após a divulgação pelo Eurostat dos dados sobre o desemprego que revelaram que em Março de 2012 o desemprego em Portugal tinha subido de novo significativamente, o governo e os seus “amigos” da “troika”, assim como os defensores do pensamento económico neoliberal dominante nos media multiplicaram-se em declarações. Manifestaram a sua surpresa pelo aumento do desemprego, como isso não fosse o resultado inevitável da política de austeridade violenta e de cortes brutais na despesa pública que estão a impor aos país. Um autêntico coro de “lágrimas de crocodilo” com o objectivo desresponsabilizarem-se e de enganar os portugueses. É mais um exemplo de uma campanha gigantesca de manipulação da opinião pública que, infelizmente, muitos jornalistas e os maiores media se prestaram não divulgando opiniões contrárias
O DESEMPREGO TEM AUMENTADO DE UMA FORMA CONTINUA DESDE A VINDA DA TROIKA
O quadro seguinte, construído com dados oficiais, mostra a variação do desemprego oficial, do desemprego efectivo, e dos desempregados a receber subsídio de desemprego desde que “troika” estrangeira” impôs a Portugal a terapia de choque ultraliberal contida no “Memorando”.

Desde que Portugal assinou com a troika o “Memorando de entendimento”, e desde que a politica contida nesse “Memorando” começou a ser aplicada pelo governo submisso do PSD/CDS, e pelo seu ministro das Finanças que, como Salazar, apenas vê o défice, o desemprego começou a crescer a um ritmo elevado. Em Março de 2012, o desemprego oficial atingiu 842.495 e o desemprego efectivo, que inclui os “inactivos disponíveis” e o “subemprego visível” (desempregados que não procuraram emprego ou que fazem pequenos biscates para sobreviver e que, por isso, não são considerados nos números oficiais de desemprego), atingiu 1.232.195 portugueses (a taxa efectiva de desemprego já era 21,6%). Desde Dezembro-2011, a taxa de desemprego tem aumentado a um ritmo de 0,43 pontos percentuais por mês o que determinará, se tal ritmo se mantiver, que no fim de 2012, o desemprego oficial atinja 19,8%, e o desemprego efectivo 26,8%, o que corresponde a 1.530.000 desempregados, um valor insustentável para o país, mas a consequência inevitável da política de destruição da economia e da sociedade portuguesa em curso.
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