Travada a batalha eleitoral das eleições para o Parlamento Europeu, é agora o tempo de prosseguir com confiança e determinação a luta para impedir retrocessos nas conquistas alcançadas, lutar por novos avanços, e avançar na construção de uma verdadeira alternativa política, patriótica e de esquerda.
O resultado da CDU nas eleições para o Parlamento Europeu não é positivo. Mas ele tem de ser entendido no quadro político e ideológico nacional e europeu em que se realizaram.
Face à erosão eleitoral dos principais partidos do sistema, os centros de decisão levaram a cabo várias campanhas simultâneas: arrumar todos aqueles que contestam a União Europeia no campo do «extremismo anti-europeu»; tentar encaminhar a contestação para novas formações políticas artificialmente apresentadas como «anti-sistema», incluindo forças da extrema-direita; levar a cabo vastas campanhas de branqueamento da UE, como a da «reforma do euro», do «Pilar Social Europeu» ou a «Europa Verde», que em Portugal foram abraçadas por várias forças políticas. Por último, um meticuloso ataque e silenciamento às forças que se opuseram a estas campanhas.
Em Portugal essa força foi a CDU. Recusámos populismos e posições tão oportunistas como desprovidas de conteúdo. Revelámos conhecimento, capacidade de argumentação, trabalho e coerência. Com uma agravante. Foi o PCP e o PEV que baralharam vários planos que estavam decididos pelos centros de decisão do grande capital nacional e europeu.
Fomos nós que tomamos a iniciativa de impedir que a exploração, o empobrecimento, o ataque a direitos, as privatizações e o ataque ao regime democrático prosseguissem tal como estava previsto. Fomos nós que obrigámos o PS a tomar medidas que nunca tomaria e que foram positivas para o povo português. E foi a este nosso papel que o grande capital, criando ou usando forças abertamente reaccionárias, respondeu com todos os meios que tinha. Aí esteve o populismo, a instigação do «são todos iguais», as manobras de diversão e claro o feroz anticomunismo.
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