Etiquetas
No artigo de opinião anterior abordei as questões relacionadas com a saúde mental dos jovens. De facto, são os jovens os que mais sofrem as consequências da pandemia no que respeita à saúde mental. No entanto, as pessoas com mais de 65 anos também viram a sua saúde mental agravar durante a pandemia, principalmente os sintomas depressivos.
A depressão é uma das principais causas de anos vividos com incapacidade, sendo comum nas pessoas com mais de 65 anos. A inatividade após a reforma, o luto de familiares e amigos, o sentimento de solidão e o isolamento são alguns dos fatores que contribuem para a elevada prevalência de depressão nesta faixa etária. Em determinadas situações não é uma situação orgânica que conduz à incapacidade e dependência, mas sim a depressão. Um dos sintomas de depressão é a falta de vontade e de motivação para realizar as tarefas do dia a dia, condicionando a capacidade de autocuidado da pessoa. Ora, se a pessoa sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) ou uma fratura óssea vai necessitar de um período de reabilitação para a recuperação. Se ao mesmo tempo tiver depressão, ainda que a sua capacidade física lhe permita recuperar a independência, os sintomas depressivos, como a falta de motivação para a reabilitação, poderão levar a pessoa à dependência. Muitas vezes a depressão não é detetada sendo a falta de vontade e de motivação vulgarmente apelidada como preguiça, o que não é verdade se estivermos perante sintomas depressivos. É por isso importante estarmos atentos a estas situações para que haja uma deteção precoce do problema e se recorra a reabilitação psicossocial.
Continuar a ler