Boa tarde,
Este trabalho que hoje tornamos público só foi possível graças à reorganização do PCP em Arouca, iniciada em 2002. De lá para cá consolidámos esta pequena organização, acumulámos vontades e podemos agora, em Setembro de 2010, lançar o 1º Caderno Temático.
Os Cadernos Temáticos – em 2011 ou 2012 lançaremos o segundo – visam provocar debate (s) sobre questões importantes da vida do nosso concelho, a partir da nossa perspectiva na análise das sociedades humanas, seus problemas e contradições.
Sendo documentos do PCP, são portanto documentos com uma marca, mas não são documentos fechados a participações exteriores ao Partido. No caso concreto que hoje nos traz aqui tivemos o contributo de dois independentes, os professores Carlos Pinho e Rui Pedro Brandão.
Os Cadernos Temáticos do PCP-Arouca não serão, e este em particular não é, documentos de “bota-abaixo”, não encontrarão aqui redutoras sentenças a favor ou contra determinado fenómeno. Os problemas da sociedade são complexos e merecem estudo, o mais aprofundado possível.
No caso concreto deste trabalho, intitulado “O reordenamento do parque escolar do 1º ciclo, da Escola Primária ao Centro Escolar”, não somos contra o reordenamento em si, ou mesmo o encerramento de algumas escolas, até porque defendemos a Carta Educativa existente, com as suas dezasseis escolas distribuídas por catorze das vinte freguesias do concelho.
Defendemos também a existência de equipamentos dignos, mas já temos algumas dúvidas sobre a necessidade da sumptuosidade que encontramos em algumas das novas escolas ou sobre a necessidade da quantidade (e até a adequação à faixa etária) de alguns materiais pedagógicos, nomeadamente, material informático e material desportivo, num momento em que o país atravessa uma profunda crise social e económica.
É justo que se diga que neste campo, que não é mais do que falta de bom senso, as responsabilidades são também, ou mesmo principalmente, de quem administra os fundos comunitários. No entanto, sendo dinheiros públicos, merecem o nosso escrutínio cidadão.
E mais inquietos ficamos quando concomitante com estes equipamentos faustosos vemos acontecer cortes nos transportes escolares, vemos sistemas de climatização caríssimos que poucas vezes funcionarão, ou nenhumas, devido aos elevados custos energéticos e, principalmente, salta à vista uma efectiva falta de pessoal não docente.
Em suma, estamos perante um tema que podemos abordar de diversas formas. Trata-se de uma matéria complexa, cujo redutor a favor ou contra diz muito pouco. Temos pois que olhar para além do imediato, procurar ir mais fundo, não ficar pelo que vai na espuma dos dias. Foi isso que tentamos fazer!
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