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«Abril foi e é Revolução.

Não foi uma qualquer evolução ou transição, como alguns querem fazer crer. Abril foi um levantamento militar seguido de um levantamento popular, num processo que revolucionou as estruturas sociais e económicas.

Um processo colectivo, onde a classe operária, os trabalhadores, as massas populares e os militares progressistas, unidos na aliança Povo-MFA, tomaram nas mãos a concretização de profundas transformações económicas, sociais, políticas e culturais.

O 25 de Abril consagrou liberdades, direitos fundamentais concretos na vida do povo. Direitos de opinião, manifestação e criação de partidos políticos, vastos direitos sociais e laborais, livre organização sindical e direito à greve.

A elevação dos salários e a conquista do Salário Mínimo Nacional, aumento e alargamento das pensões de reforma e invalidez, a proibição dos despedimentos sem justa causa, o alargamento do tempo de férias e o seu subsídio.

Abril foram as nacionalizações e o fim do poder dos monopólios, Abril concretizou a Reforma Agrária. Abril é acesso à saúde e a criação do SNS geral e gratuito, alargamento e melhoria da Segurança Social, o direito ao ensino e à educação e ao Poder Local Democrático.

Abril consagrou na lei a igualdade entre homens e mulheres, mas também o avanço nas suas condições de vida e de trabalho, no domínio dos salários, do tempo de trabalho, de licença no período de maternidade. Foi com a Revolução que se criaram milhares de postos de trabalho, que se desenvolveram actividades culturais, que diminuiu a emigração.

Foi a Revolução de Abril que pôs fim à guerra colonial, e que reconheceu o direito à autodeterminação e independência dos povos das ex-colónias.

O 25 de Abril foi para todos, mas não é de todos.

O 25 de Abril não é daqueles que nunca o quiseram, não é daqueles que o atacaram e atacam, daqueles que se empenharam e empenham para que Abril não se cumpra. Abril não é dos que limpam a imagem do fascismo.

O 25 de Abril é dos seus construtores e tal é a sua força e a da validade do seu projecto, a profundidade das suas conquistas, que décadas de contra-revolução e de política de direita ainda não conseguiram, nem vão conseguir destruir.»

Paulo Raimundo, no almoço comemorativo do 25 de Abril, em Loures

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