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Membro do Comité Central do PCP e professor universitário
Subscrevi o manifesto por uma vida justa e participei na manifestação do passado sábado em Lisboa. Lutar por melhores salários, pelo direito à habitação e por mais respeito pelas comunidades imigrantes que trabalham em Portugal é da mais elementar justiça
Se todos reconhecem que os portugueses estão a passar por grandes dificuldades dado que a inflação que se tem vindo a verificar não está a ser acompanhada por aumentos salariais que evitem uma perda significativa dos salários reais, o nível baixíssimo dos salários que são pagos à maioria dos trabalhadores em Portugal faz com que, para estes, o dia a dia seja uma luta pela sobrevivência no limiar da pobreza e da exclusão social.
O manifesto por uma vida justa nasceu nos bairros periféricos da Grande Lisboa habitados por uma população laboriosa, heterogénea, contando com imigrantes de diferentes origens, que se levantam de madrugada para trabalhar em limpezas, na hotelaria, na construção, nos supermercados, nos transportes, nas distribuições, nas mais diversas atividades que têm em comum a precariedade, os baixos salários, as longas jornadas de trabalho, a ausência de direitos. Foram estas populações que nunca pararam durante a pandemia por integrarem setores que garantem serviços essenciais, que enchem os transportes públicos sem ter dinheiro para o transporte individual e que habitam em bairros periféricos em más condições habitacionais por não ter dinheiro para suportar rendas e juros elevados pelo acesso à habitação.
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