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«(…) E, se nos perguntarem o que fazemos, podemos responder: «Nós lembramo-nos». É assim que, lentamente, acabaremos por ganhar a partida. E, um dia, lembrar-nos-emos tão bem que construiremos a maior pá mecânica da história, cavaremos o maior túmulo de todos os tempos e enterraremos a guerra.» As palavras de Granger, o homem que memorizou a República, de Platão, em Fahrenheit 451, o inquietante livro de ficção científica que em meados do século passado denunciou o perigo mortal que paira sobre a civilização ocidental, são um alento de esperança e um estímulo à resistência quando tudo parece afundar-se à nossa volta.
No romance, a morte da cultura culmina na destruição das mentes, primeiro, e logo depois dos corpos, «até ao apocalipse de uma guerra insensata e incompreensível que apaga todas as acções humanas», como a propósito escreveu Mário Henrique Leiria. Para resistir, é preciso não esquecer.
Lembremo-nos então.
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