Etiquetas

No dia 10 de outubro comemorou-se o Dia Mundial da Saúde Mental com o mote “Fazer da saúde mental e bem-estar para todos uma prioridade global”. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que quase 1 bilião de pessoas vivem com uma perturbação mental e acrescentam que a depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25% no primeiro ano da pandemia. Estudos internacionais indicam que medidas como o confinamento e consequente isolamento social; as notícias constantes acerca da pandemia; o medo de ficar infetado e a preocupação com o futuro, bem como a dificuldade no acesso à saúde devido a outros problemas que não a COVID-19 contribuíram para este aumento.

Como agravante, as perturbações de ansiedade e a depressão estão entre as principais causas de incapacidade a nível global, aumentando severamente o risco de dependência em pessoas com multimorbilidade (2 ou mais patologias). Vejamos o exemplo seguinte: uma pessoa que fratura o osso do fémur é operada e necessita de reabilitação para voltar a caminhar. Caso ao mesmo tempo tenha depressão, com sintomas de tristeza profunda e falta de motivação, estes sintomas poderão atrasar ou até mesmo impedir o processo de reabilitação, pois a pessoa não terá motivação para fazer os exercícios que levam à recuperação. Assim, o não exercitar os músculos e passar os dias deitada ou sentada poderá levar a que a pessoa não volte a recuperar a mobilidade que tinha anteriormente, tornando-se dependente. Sem depressão, a mesma pessoa estando motivada para a reabilitação pode recuperar totalmente o grau de independência que tinha antes da fratura.

Qualquer pessoa, em qualquer fase do ciclo vital, pode vir a sofrer de uma doença mental, sendo importante desestigmatizar e desmistificar esta patologia tão comum e muitas vezes silenciosa. Apesar de existirem alguns fatores de risco para o surgimento de uma doença mental, como por exemplo, acontecimentos de vida stressantes, o isolamento social, algumas características da personalidade, o período pós-parto, o consumo de drogas, entre outros, muitas vezes ela surge sem qualquer fator desencadeante. É por isso importante prevenir a doença e promover a saúde mental, através de estratégias como boas noites de sono, convívio com a família e amigos, participação em atividades sociais, culturais e recreativas, prática de exercício físico, manter uma ocupação e ter uma alimentação saudável.

Em caso de tristeza profunda com duração superior a duas semanas, falta de motivação e prazer nas atividades anteriormente prazerosas, dificuldade em dormir, alterações do apetite, falta de energia, pensamentos negativos e sentimentos de inutilidade não fique indiferente, peça ajuda!

Façamos da saúde mental uma prioridade global!

“Roda Viva”, 13 de Outubro de 2022