A democracia é uma coisa muito elástica; ora estica, ora encolhe, de acordo com as conveniências dos poderes instituídos. A Rússia, potência capitalista desalinhada, não cabe naturalmente no conceito, e a guerra na Ucrânia só veio arredá-la mais um bocadinho. Paladina da democracia, a UE, seguindo as orientações dos EUA, flagela a economia russa impondo sanções, proíbe órgãos de informação «alinhados» com Moscovo – todos os desalinhados com Bruxelas e Washington – e, cereja em cima do bolo, tenta livrar-se da dependência energética em relação àquele país.
Iniciativas diplomáticas para um acordo de paz, se existem, estão no segredo dos deuses. O que não é segredo nenhum é o acordo firmado a semana passada pela senhora Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, para o «fornecimento estável de gás natural à UE». E com quem? Com dois expoentes da democracia, naturalmente: Israel e o Egipto.
Continuar a ler