Grandes perigos convivem com reais potencialidades
A guerra na Ucrânia está a servir para projectar uma imagem de sólida unidade entre as grandes potências capitalistas em torno da estratégia hegemónica do imperialismo norte-americano. Na verdade trata-se de um alinhamento circunstancial em defesa de um sistema em crise.
Não se esqueça que Trump considerou a NATO «obsoleta» e Macron que esta se encontrava em «morte cerebral»; as divergências em torno de uma UE «autónoma» entretanto abafadas com o salto militarista da Bússola Estratégica; a crise de confiança entre os aliados provocada pela vergonhosa saída das tropas dos EUA do Afeganistão ou pelo chorudo negócio de armamentos entre os EUA e a Austrália em detrimento da França; a violentíssima pressão norte-americana sobre a Alemanha para abandonar o gasoduto NordStream II.
E se é certo que a gigantesca deriva da Alemanha no plano militar e o recrudescimento do militarismo no Japão e na Austrália representam um reforço do poder agressivo do imperialismo no seu conjunto, ninguém espere que a «grande» Alemanha aceite indefinidamente ficar debaixo da asa norte-americana ou que um Japão militarista abandone as suas ambições no Pacífico.
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