Uma manifestação contra a guerra e a escalada armamentista, por uma solução negociada dos conflitos e por uma paz duradoura decorreu no Porto, a 29 de Junho de 2022. O Apelo “Paz Sim! Guerra e Corrida aos Armamentos Não!” tem como promotores 15 personalidades das mais diversas áreas e reúne uma centena organizações, e outros cidadãos que o decidiram subscrer.
No encerramento das Jornadas Parlamentares realizadas na Península de Setúbal, Paula Santos apresentou conclusões onde estão repercutidas as preocupações acerca das questões laborais, da necessidade do aumento geral de salários e pensões, do aumento dos preços na vida das famílias, das dificuldades no acesso a cuidados de saúde, do acesso à habitação, das crescentes dificuldades sentidas pelos pequenos agricultores e pescadores, pelas micro, pequenas e médias empresas, bem como pelas associações de bombeiros.
A democracia é uma coisa muito elástica; ora estica, ora encolhe, de acordo com as conveniências dos poderes instituídos. A Rússia, potência capitalista desalinhada, não cabe naturalmente no conceito, e a guerra na Ucrânia só veio arredá-la mais um bocadinho. Paladina da democracia, a UE, seguindo as orientações dos EUA, flagela a economia russa impondo sanções, proíbe órgãos de informação «alinhados» com Moscovo – todos os desalinhados com Bruxelas e Washington – e, cereja em cima do bolo, tenta livrar-se da dependência energética em relação àquele país.
Iniciativas diplomáticas para um acordo de paz, se existem, estão no segredo dos deuses. O que não é segredo nenhum é o acordo firmado a semana passada pela senhora Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, para o «fornecimento estável de gás natural à UE». E com quem? Com dois expoentes da democracia, naturalmente: Israel e o Egipto.
📣Jornadas Parlamentares «Travar o aumento de preços, valorizar salários e pensões, promover a produção nacional» 🗓️ 27 e 28 de Junho
📍 Península de Setúbal O PCP realizará Jornadas Parlamentares nos dias 27 e 28 de Junho na Península de Setúbal onde terão centralidade os temas do trabalho, da habitação, das pensões e salários num extenso programa de encontros e visitas com a população e os trabalhadores da região.
Milhares de pessoas participaram ontem, em Lisboa, no desfile Paz Sim! Guerra e Corrida aos Armamentos Não!. Exigiu-se o fim das guerras e das sanções, o desarmamento e o diálogo. O dinheiro que vai para as guerras é o que falta na educação, na saúde, na habitação.
Na próxima quarta-feira, às 18h00, realiza-se um novo desfile no Porto, com partida na Cordoaria.
Perante o cenário de lucros das grandes empresas da distribuição a disparar e cada mais portugueses a sentir os efeitos do brutal aumento do custo de vida, o PCP apresentou a proposta de fixação de preços máximos num cabaz de bens alimentares essenciais. PS e restantes partidos da política de direita tinham duas opções: proteger o lucro ou proteger quem vive do seu salário ou pensão. Escolheram proteger os lucros. Uma opção de classe
O aumento da pobreza na população reformada passou de 15,7% em 2019 para 18% em 2020, sendo de 20,1% para os idosos maiores de 65 anos.
António Cotrim / Agência Lusa
A preocupação agiganta-se num cenário em que, ao congelamento das pensões mais elevadas e a uma actualização insuficiente das restantes (o PS não quis ir além dos dez euros), se junta o crescimento galopante da inflação, que em Maio atingiu o valor (8%) mais alto desde Fevereiro de 1993.
Isabel Camarinha acusou o primeiro-ministro de fazer propaganda para tentar enfraquecer a CGTP-IN ao afirmar que esta nunca assina acordos, defendendo que, para a Inter, «a primeira arma» é a negociação.
CréditosJosé Sena Goulão / Agência Lusa
A secretária-geral, Isabel Camarinha, falava no encerramento do plenário de sindicatos da Intersindical, que decorreu ontem em Lisboa, para analisar a actual situação política, económica e social do País.
«Olhando para as notícias e as televisões, vemos o primeiro-ministro não só a fazer esta propaganda toda, mas também a acusar a CGTP-IN de ser o tal factor de bloqueio, sentindo-se frustrado porque não assina acordos colectivos», começou por dizer Camarinha perante uma plateia de dirigentes sindicais.
«Não sabe o primeiro-ministro que a CGTP-IN, desde que existe, sempre assinou acordos colectivos, acordos de empresa, cadernos reivindicativos e acordos na concertação social», acrescentou a líder da intersindical.
Enquanto o Governo PS e a sua maioria absoluta continuarem a não tomar medidas para contratar e fixar profissionais no SNS, enquanto não pararem de promover a externalização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica do SNS para privados, enquanto continuarem a protelar a execução de investimento na modernização de instalações e equipamentos do SNS, bem pode o Governo PS agitar todos os milhões, que todos sabem onde parte desses milhões vão parar: engorda do negócio privado da doença num processo de destruição, peça a peça, do Serviço Nacional de Saúde. Enquanto diz discordar da direita, o PS faz o que a direita quer.
SNS: O PS não queria um orçamento, queria um cúmplice para favorecer o negócio privado. Hoje, perante o caos a que assistimos nas urgências obstétricas e as dificuldades em assegurar o atendimento médico urgente em várias especialidades devido à falta de profissionais e os atrasos com que se confrontam milhares de portugueses para obter uma consulta, bem se pode dizer que afinal o PCP tinha razão para votar contra o Orçamento e esta foi uma das principais razões!
Afinal o PCP tinha razão e isso hoje vê-se quando afirmava “na proposta do Orçamento do Estado (do Governo do PS) não se encontra a resposta necessária e decisiva para reforçar (…) o SNS, em particular a aposta na valorização expressiva e inadiável das carreiras e salários dos seus profissionais para garantir a sua fixação e incentivar a dedicação exclusiva. Sem isso não haverá mais consultas, exames, recuperação de cirurgias ou médicos e enfermeiros de família para todos”.
Durante longos meses levámos estas questões com propostas concretas à discussão com o Governo. Mas o PS não quis defender o Serviço Nacional de Saúde do brutal ataque a que está sujeito pelos grupos económicos dos negociantes da doença.
📣 PS rejeita requerimento do PCP sobre a degradação do serviço público postal e dá cobertura aos interesses dos accionistas dos CTT
O PS rejeitou o requerimento do PCP sobre a situação dos CTT para ouvir as organizações representativas dos trabalhadores dos CTT, a Autoridade Nacional de Comunicações e o Ministro das Infraestruturas e da Habitação.
Aí está a maioria absoluta a impedir a fiscalização da atividade do Governo pela Assembleia da República, sobre uma matéria tão relevante, como a prestação do serviço público postal, bem como o necessário confronto do Governo com a necessidade de respostas para os problemas existentes nos correios, decorrente da privatização dos CTT que teve como consequência a degradação do serviço postal, o aumento dos preços e o ataque aos direitos dos trabalhadores.
Ao mesmo tempo que rejeita ouvir os trabalhadores, o PS aprova a proposta do PSD para ouvir a administração ao serviço dos accionistas.
Esta posição do PS releva a sua cumplicidade com a opção de privatização, imposta por PSD e CDS, e que o PS não só não reverteu como a prorrogou, apesar de serem conhecidos os impactos desastrosos para as populações e para o País.
O PCP reafirma o seu compromisso de defesa do controlo público dos CTT, como solução para assegurar serviço público postal universal.
O número de refugiados tem aumentado, exponencialmente, na última década, estimando-se hoje em cerca de 100 milhões de pessoas. Todas devem ser sempre tratadas com a mesma dignidade, defende o CPPC.
Uma criança africana é resgatada por um membro da ONG Proactiva Open Arms no Mar Mediterrâneo a 20 milhas náuticas a norte da Líbia, 3 de Outubro de 2016.CréditosAris Messinins / AFP
Quem quer que seja, onde quer que esteja, «todos têm o direito a procurar estar seguros, independentemente de quem são e daquilo em que acreditam». No Dia Mundial do Refugiado de 2022, instituído em 2001, a ONU escolheu focar-se no direito de todas as pessoas a encontrar um espaço seguro onde viver.
✊ A vitória nas eleições presidenciais da Colômbia de Gustavo Petro, o candidato da coligação progressista Pacto Histórico, reveste-se de um grande significado político. A derrota dos candidatos da tenebrosa oligarquia colombiana e do imperialismo norte-americano representa a derrota do “uribismo”, um sistema de poder criminoso, que há décadas transformou a Colômbia num paraíso do narcotráfico e numa plataforma de agressão dos EUA contra os povos da América Latina e, nomeadamente, contra a Venezuela bolivariana.
Na sequência de décadas de corajosas lutas populares, em que muitos milhares de colombianos pagaram com a vida a sua resistência face a uma violenta repressão e o seu combate pela liberdade, a justiça e o progresso social, abre-se finalmente a perspectiva de concretização das mais justas aspirações dos trabalhadores e do povo colombiano, nomeadamente a concretização dos Acordos de Paz de Havana. O resultado alcançado pelo Pacto Histórico representa não só uma vitória para o povo colombiano, como para a luta dos povos da América Latina pelos seus direitos e soberania.
Saudando Gustavo Petro pela sua eleição como Presidente da Colômbia o PCP saúda simultaneamente o Partido Comunista Colombiano e demais forças participantes do Pacto Histórico e reafirma-lhes a solidariedade dos comunistas portugueses perante quaisquer tentativas de pôr em causa a sua histórica vitória eleitoral e política e para com a sua acção em prol da democracia, do progresso social e da paz.
É uma longa história, a do anticomunismo. Tanto quanto a do próprio projecto político que pretende combater, sistematizado em 1848 no Manifesto do Partido Comunista. Nele, Karl Marx e Friedrich Engels verificavam já que «todos os poderes da velha Europa» se aliavam para uma santa caçada ao espectro do comunismo.
Desde então que a perspectiva da sociedade sem classes e a acção dos que a ela se entregam fazem tremer as classes dominantes: travar os comunistas, isolá-los, acabar com eles, se possível, tornam-se objectivos centrais do grande capital e garantias da sobrevivência do sistema capitalista. Ou não fossem eles a primeira e fundamental barreira à exploração e à opressão: a luta contra o comunismo, que sempre foi propósito, é também pretexto.
«Hoje, perante o caos a que assistimos nas urgências obstétricas e as dificuldades em assegurar o atendimento médico urgente em várias especialidades devido à falta de profissionais e os atrasos com que se confrontam milhares de portugueses para obter uma consulta, bem se pode dizer que afinal o PCP tinha razão para votar contra o Orçamento e esta foi uma das principais razões!
Durante longos meses levámos estas questões com propostas concretas à discussão com o Governo. Mas o PS não quis defender o Serviço Nacional de Saúde do brutal ataque a que está sujeito pelos grupos económicos dos negociantes da doença.
Afinal o PCP tinha razão também quando agora, em Maio, retomando propostas que o PS recusou, mais vez insistia e insistiam os deputados do PCP na Assembleia da República questionando: “porque continua o Governo a recusar o reforço do SNS?
Os problemas no acesso à saúde agravaram-se e a situação do SNS é pior que há seis meses. Faltam médicos e enfermeiros de família. Aumentam as queixas de atrasos e falta de resposta em consultas, tratamentos e cirurgias. A saída de profissionais do SNS agravou-se. (…)
Porque continua o Governo a recusar a autonomia de contratação pelas unidades de saúde e o reforço dos profissionais do SNS?” E agora? Que soluções perante o acentuar da gravidade da situação?
Continuam os remendos dos planos de contingência em vez das soluções de fundo. É preciso salvar o SNS e nós não vamos desistir desse combate que precisa também da acção e luta das populações, para garantir o direito universal à saúde!»
Jerónimo de Sousa, na X Assembleia da Organização Regional de Beja
Se compreendi bem todas as notícias que li sobre a degradação do Serviço Nacional de Saúde, uma onda que desta vez começou por causa do colapso de algumas urgências de obstetrícia, a conclusão a tirar é que… não há notícia.
Não é notícia a falta de médicos e de enfermeiros, cada vez mais grave, no Serviço Nacional de Saúde.
Quem não se lembra da promessa de António Costa, em 2016, de garantir um médico de família para todos os portugueses? Essa promessa pressuponha que faltavam médicos no sistema, o que era verdade, e que Costa ia resolver o problema, o que seria mentira, pois ele, entretanto, agravou-se.
Em Portugal a esperança média de vida tem vindo a aumentar nos últimos anos, sendo superior à média Europeia. No entanto, estes anos vividos a mais não estão a ser vividos com saúde, sendo a esperança média de vida com saúde em Portugal muito inferior à média Europeia. Ora, isto significa que não estamos a cuidar da nossa saúde ao longo do percurso de vida. Por um lado, existem estratégias que podemos adotar para prevenir a doença, por outro lado, tendo diagnosticada uma doença crónica, existem estratégias para lidar com ela, de forma a manter a qualidade de vida e um percurso de envelhecimento saudável, mantendo a independência.
A CNA reitera a urgência em regular o preço dos combustíveis e criar condições para atenuar o aumento dos restantes custos de produção, como rações e fertilizantes.
CréditosAntónio Cotrim / Lusa
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) considera que o novo aumento no preço do gasóleo agrícola significa mais um duro golpe para as explorações agrícolas nacionais, uma situação «que não se compadece com a falta de acção por parte do Governo e do Ministério da Agricultura».
Grandes perigos convivem com reais potencialidades
A guerra na Ucrânia está a servir para projectar uma imagem de sólida unidade entre as grandes potências capitalistas em torno da estratégia hegemónica do imperialismo norte-americano. Na verdade trata-se de um alinhamento circunstancial em defesa de um sistema em crise.
Não se esqueça que Trump considerou a NATO «obsoleta» e Macron que esta se encontrava em «morte cerebral»; as divergências em torno de uma UE «autónoma» entretanto abafadas com o salto militarista da Bússola Estratégica; a crise de confiança entre os aliados provocada pela vergonhosa saída das tropas dos EUA do Afeganistão ou pelo chorudo negócio de armamentos entre os EUA e a Austrália em detrimento da França; a violentíssima pressão norte-americana sobre a Alemanha para abandonar o gasoduto NordStream II.
E se é certo que a gigantesca deriva da Alemanha no plano militar e o recrudescimento do militarismo no Japão e na Austrália representam um reforço do poder agressivo do imperialismo no seu conjunto, ninguém espere que a «grande» Alemanha aceite indefinidamente ficar debaixo da asa norte-americana ou que um Japão militarista abandone as suas ambições no Pacífico.
Jerónimo de Sousa esteve hoje em Pedrógão Grande para assinalar os 5 anos dos grandes incêndios naquela região onde arderam milhares de hectares de floresta, perderam a vida 66 pessoas e onde outras dezenas de pessoas sairam feridas.
O quadro em que isso aconteceu é conhecido: uma política de desprezo pelo mundo rural e pela floresta, que promoveu o seu abandono, que fragilizou todas as estruturas que deviam defender as populações e o património natural; Uma política desastrosa que não foi capaz de defender a pequena e média agricultura e pastorícia e que é responsável por aldeias sem gente e sem vida; O desmantelamento dos serviços públicos essenciais à vida das populações. Depois dos incêndios fizeram-se: relatórios e mais relatórios,muita Legislação, uma imensidão de leis e despachos, em que é difícil alguém entender-se, anúncios e mais anúncios e o que era preciso fazer não foi feito.
Tivesse o Governo aprendido com a terrível experiência dos incêndios de 2017 e ouvido as propostas do PCP, não estaríamos hoje numa situação em que, para além da recuperação de infraestruturas e de habitações, está ainda quase tudo por fazer.”
As notícias de hoje sobre a contínua degradação do serviço postal somam-se a outras tantas de encerramento de postos em todo o país, de descapitalização da empresa para pagamento de dividendos aos accionistas e de aumento exorbitante de preços aos consumidores. Os CTT, privatizados pelo governo PSD/CDS, deixaram de ter como objectivo o serviço postal para passarem a encher os bolsos dos novos donos. São o retrato e o resultado de quase uma década de entrega dos CTT a privados.
Perante tal retrato o governo PS não só renovou o contrato de concessão a privados até 2028 como ainda altera leis para facilitar a degradação do serviço postal (retirando poderes ao regulador), conforme os interesses dos accionistas privados como o Grupo Champalimaud.
Os CTT são também o retrato de um governo PS que convergindo com a direita e comprometido não com os interesses do país (que exigiria a renacionalização dos CTT como o PCP tem vindo a propor, colocando a empresa CTT ao serviço do desenvolvimento do País, assegurando um serviço postal universal e de qualidade), mas um Governo aos serviço do capital monopolista, um governo facilitador do saque dos recursos e activos nacionais.