A guerra e as sanções foram o pretexto para um novo movimento especulativo por parte da grande distribuição aproveitando para aumentar ainda mais os preços de muitos bens alimentares essenciais, com vista a aumentar a sua margem de lucro.
Ao mesmo tempo que esmagam os preços pagos aos produtores e que aniquilam o pequeno comércio, a grande distribuição apropria-se de margens de lucro especulativas, que fazem repercutir sobre os preços exorbitantes pagos pelos consumidores.
A DECO alertou recentemente (06/05/2022) que “desde que a guerra na Ucrânia começou, o preço de um cabaz de bens alimentares já aumentou mais de 22 euros”. A inflação homóloga registada em abril, de 7,2% não reflete plenamente o brutal aumento de preços que se verificou.
Os lucros apresentados pelos grupos económicos do sector são prova disso: em 2021, a Jerónimo Martins teve um lucro de 463 milhões de euros (+48,3% face a 2020); a Sonae teve um lucro de 268 milhões de euros (+45,6% face a 2020).
Enquanto o povo continua com os seus rendimentos estagnados, estes aumentos de lucros, ao mesmo tempo que os preços aumentam, mostra bem a necessidade de intervir para defender o interesse público, nomeadamente no acesso a bens essenciais.
Esta situação vem demonstrar mais uma vez que o poder político não pode “lavar as mãos como Pilatos”, face aos constantes abusos da grande distribuição.
A proposta do PCP é a criação de um regime de preços máximos, a aplicar a um Cabaz Alimentar Essencial, que defina um preço de referência para cada um dos produtos, com base nos custos reais e numa margem não especulativa, proibindo a venda a um preço superior sem justificação atendível.
A lista de bens do Cabaz é determinada em função da lista de produtos alimentares sujeita à taxa reduzida de IVA de 6%. Com esta proposta, o PCP dá os meios às autoridades públicas para intervir sobre as margens e os preços praticados na grande distribuição, que têm representado um duro golpe no rendimento disponível de vive do seu trabalho.
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