O PCP con­ti­nuará do lado da paz

Tem sido in­ces­sante o chor­rilho de pre­me­di­tada men­tira, de­tur­pação, ca­ri­ca­tura, do bolçar do ódio an­ti­co­mu­nista, que nutre e anima con­cep­ções e pro­jectos an­ti­de­mo­crá­ticos e fas­ci­zantes, pe­rante a co­ra­josa e firme po­sição do PCP em de­fesa da paz, contra a guerra, de re­jeição da ten­ta­tiva de im­po­sição de um pen­sa­mento único.

Os arautos que, em coro, ecoam a di­fe­rentes tons a ins­ti­gação da es­ca­lada de con­fron­tação e de guerra não per­doam que o PCP, que su­blinha a na­tu­reza de classe do ac­tual poder na Rússia e se de­marca deste, não es­ca­mo­teie ou aplauda aqueles que são os pri­meiros e prin­ci­pais res­pon­sá­veis pelo agra­va­mento da si­tu­ação no mundo e, no­me­a­da­mente, na Eu­ropa, in­cluindo pela guerra na Ucrânia que dura desde há oito anos.

O que estes não per­doam é que o PCP não es­conda ou bran­queie a po­lí­tica agres­siva dos EUA, le­vada a cabo com o su­porte dos seus ali­ados da NATO e da UE, contra países e povos que não se sub­metam aos seus di­tames e in­te­resses, em que se in­sere o in­cre­mento da po­lí­tica de con­fron­tação contra a China e a Rússia. Que o PCP de­nuncie e alerte para os pro­pó­sitos, as im­pli­ca­ções e os pe­rigos do con­tinuo pro­cesso de alar­ga­mento da NATO, da ins­ta­lação de forças e re­a­li­zação de ma­no­bras e de ou­tras pro­vo­ca­ções mi­li­tares vi­sando a Fe­de­ração Russa, no quadro da es­tra­tégia de cerco deste país por parte da­quele bloco po­lí­tico-mi­litar agres­sivo.

Como não per­doam que o PCP não es­queça ou não bran­queie o golpe de Es­tado de 2014 na Ucrânia, que ins­taurou um poder xe­nó­fobo e be­li­cista, ro­deado e sus­ten­tado por forças de cariz fas­cista e ne­o­nazi, in­cluindo de ca­rácter pa­ra­mi­litar. Que o PCP não omita que este poder é, desde há oito anos, res­pon­sável pela im­po­sição de ina­cei­tá­veis dis­cri­mi­na­ções, por vi­o­lentas per­se­gui­ções, por uma brutal guerra contra a sua pró­pria po­pu­lação na re­gião do Don­bass, pela opressão dos co­mu­nistas e de ou­tras forças po­lí­ticas que se opõem à sua po­lí­tica.

O que estes não per­doam é que o PCP de­nuncie a pro­pa­ganda de guerra e alerte para os seus reais ob­jec­tivos e graves con­sequên­cias, que ex­ponha que a ins­ti­gação da con­fron­tação e da guerra só le­vará ao agra­va­mento do con­flito, à perda de mais vidas hu­manas, a maior so­fri­mento, ao di­fi­cultar do cessar-fogo e da so­lução ne­go­ciada que se impõe, a dra­má­ticas con­sequên­cias para os povos da Ucrânia e da Rússia, a riscos imensos para os povos da Eu­ropa e de todo o mundo.

O que estes não per­doam é que o PCP aponte os que atiram a pedra e es­condem a mão, isto é, que não cale as res­pon­sa­bi­li­dades dos EUA, da NATO e da UE, do poder ucra­niano, na evo­lução dos acon­te­ci­mentos que estão na origem da ac­tual si­tu­ação.

Por mais que seja a in­sis­tência na pro­pa­ganda de guerra, no dis­late, no dis­curso de ódio, o PCP con­ti­nuará do lado da paz, afir­mando que são ur­gentes e ne­ces­sá­rias ini­ci­a­tivas e me­didas sé­rias que, con­tra­ri­ando a ló­gica da con­fron­tação e da guerra, fa­vo­reçam o diá­logo e abram o ca­minho da ne­go­ci­ação e da paz.

É por isso que o PCP afirma a sua po­sição de de­fesa dos prin­cí­pios da Carta das Na­ções Unidas e do di­reito in­ter­na­ci­onal e con­dena todo o ca­minho de in­ge­rência, vi­o­lência e con­fron­tação, o golpe de Es­tado que os EUA pro­mo­veram na Ucrânia e que ins­taurou um poder xe­nó­fobo e be­li­cista, a re­cente in­ter­venção mi­litar da Rússia na Ucrânia e a in­ten­si­fi­cação da es­ca­lada be­li­cista dos EUA, da NATO e da União Eu­ro­peia.

“Avante!”, 28 de Abril de 2022