Soeiro Pereira Gomes nasceu há 113 anos, a 14 de Abril de 1909 em Gestaçô, Baião. No início dos anos 30, ingressa na Fábrica Cimento Tejo, em Alhandra, como empregado de escritório. Lá, na fábrica, tem contacto directo com a brutal exploração a que estavam sujeitos os operários, e naquela vila de tradições de luta com a dureza da vida dos “homens que nunca foram meninos”,sobre quem escreveu em Esteiros, cuja primeira edição foi ilustrada por Álvaro Cunhal. A sua obra literária é marcada pela experiência de contacto com a realidade da cintura industrial de Lisboa dos anos 30/40, mas também pela opção clara na luta de classes e pelo seu empenho na luta dos trabalhadores, sendo um dos principais nomes do neo-realismo em Portugal. Para lá da ficção, foi também autor de Praça de Jorna, documento fundamental para entender aqueles instrumentos de exploração e as oportunidades de luta em unidade que continham. Assumiu um importante papel nas greves de 8 e 9 de Maio de 1944, na sequência das quais passa à condição de funcionário do PCP na clandestinidade. Após o fim da Segunda Guerra Mundial é eleito membro do Comité Central no IV Congresso e integra a direcção do MUNAF. Em 1949, gravemente doente e impossibilitado de garantir tratamento fruto da perseguição fascista, acaba por morrer prematuramente. Mas não foi esquecido pelo povo de Alhandra, que exigiu que o carro funerário atravessasse a vila de forma a render homenagem “ao nosso querido, inesquecível, amigo Joaquim Soeiro Pereira Gomes”.
Exposição nos 100 anos do seu nascimento de Soeiro Pereira Gomes:
http://pcp.pt/…/doc…/200904expo_s…
