Dizem alguns que uma crise é sempre uma oportunidade. Sempre não será, e muito menos para todos. Mas por vezes, e para alguns poucos e particularmente poderosos, assim é.
Foi a crise provocada pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 que deu à administração de George W. Bush a oportunidade de, em nome da segurança nacional, aprovar legislação abertamente antidemocrática. Ao abrigo do Acto Patriótico, generalizou-se a vigilância global sobre comunicações e dados pessoais; abriu-se a possibilidade de rusgas sem mandato e de detenções sem julgamento; banalizou-se a prática da tortura nas prisões secretas da CIA e em Guantánamo (que, apesar das promessas, permanece em funcionamento).
Esta pulsão contra as liberdades e garantias não se ficou pelo lado de lá do Atlântico: demonstram-no a cumplicidade de vários Estados com os voos secretos da CIA, a França em estado de excepção permanente ou a Espanha da Lei Mordaça.
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