A “cerca anti-migrante” que a Hungria ergueu em 2015 para conter os refugiados oriundos da Sérvia e da Croácia, a fugir da guerra e da pobreza, não teve o apoio de Bruxelas: em 2017 a UE rejeitou o pedido do primeiro-ministro Viktor Orbán para ser ressarcido em metade dos custos da obra a pretexto de que a migração ilegal tinha sido praticamente eliminada. Era o tempo da retórica contra os muros, excepto o de Israel na Palestina ocupada, tema tabu.
Orbán sentiu-se injustiçado, e com razão. Quatro anos passados, 12 estados-membros, incluindo a Polónia, Lituânia e Letónia, escreveram à Comissão Europeia instando-a a financiar, “adicional e adequadamente”, como uma “questão prioritária”, as barreiras físicas nas fronteiras da União. A iniciativa foi bem acolhida por Manfred Weber, presidente do grupo PPE, o maior grupo do Parlamento Europeu, para quem os países que pedem apoio para os muros “devem ser ouvidos”.
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