«O voto na CDU é decisivo para eleger deputados vinculados aos interesses das populações, para derrotar a direita» e «negar ao PSD e ao CDS e aos seus sucedâneos o desejo de se aproximarem do poder», para «impedir que o PS se entregue dos braços do PSD, como nestes dias vem admitindo fazer». Foi com estas palavras que Jerónimo de Sousa encerrou, ao final da tarde de hoje, a arruada na baixa de Lisboa.

O desfile encabeçado por candidatos da CDU ao círculo eleitoral de Lisboa – Alma Rivera, Duarte Alves, Cristina Cruzeiro, João Geraldes, Margarida Botelho, Miguel Tiago, João Ferreira, Mariana Silva (PEV), entre outros, foi mais um banho de multidão. O que, sublinhou também o Secretário-geral do PCP, confirma que a CDU está a crescer e o seu resultado encontra-se em construção, sendo«ainda tempo para agir: pelos salários, pelas pensões, pelos direitos, pelo SNS, pela habitação», precisou.

Antes do dirigente comunista, da tribuna onde Bernardino Soares, mandatário distrital da candidatura, apresentou a iniciativa, falou Mariana Silva. Sem papas na língua, a ecologista reivindicou créditos na defesa da natureza e dos animais, lembrando que enquanto alguns andavam nos corredores do poder a discutir metas para 2030 e 2050, o PEV e o PCP garantiam a medida de maior alcance ambiental dos últimos anos no País: o Passe Social Intermodal a preço popular.

Enquanto muitos passam a campanha a falar do bobby e do tareco, nós podemos mostrar a aprovação, por nossa iniciativa, do fim do abate de animais saudáveis nos centros de acolhimento, referiu ainda Mariana Silva.

O mote estava dado e Jerónimo de Sousa não o enjeitou, referindo na sua intervenção que «os trabalhadores e o povo sabem que não há avanço positivo para as populações que não tenha contado com a iniciativa, a proposta ou o contributo decisivo do PCP, do PEV, da CDU».

Daí que o lider do Partido e cabeça-de-lista da CDU pelo distrito de Lisboa tenha insistido que «o voto na CDU será decisivo para as soluções que o País precisa». Para para o aumento geral dos salários e a reposição do poder de compra perdido pelos reformados e pensionistas, para a revogação das normas gravosas da legislação laboral, para investir no SNS e na escola pública, pela revogação da lei dos despejos e o direito à habitação, pela garantia na lei do direito às creches gratuitas para todas as crianças, detalhou.

«O voto na CDU é o único que dá garantias de se bater por cada uma destas medidas». «Temos dois dias para avisar toda a gente». «Que ninguém se engane», acrescentou, antes de somar motivos para confiar no PCP-PEV: é o voto que conta «duplamente para derrotar a direita», já que «cada deputado a mais da CDU é um deputado a menos dos partidos da direita» e, ao mesmo tempo, «um deputado que nunca deixará passar nem a direita nem a extrema-direita».