Transitam por aí os que, partidários da tese conformista de que ricos e pobres sempre houve, sustentados na imbatível constatação de que se assim alguém criou o mundo, assim o mundo há-de ficar, vêem nessa senteciação a apólice robusta para manter privilégios e, sobretudo, facilitar essa indesejável mistura entre os que podem e os que não têm. Cada macaco no seu galho, de preferência em árvores diferentes.
Em regra os que assim pensam são os que explicitamente, ou não, teorizam sobre «liberdade de escolha» com aqueles tiques de profundidade académica sob a a qual se esconde o mais básico pensamento segundo o qual «quem tem “massa” escolhe»! Assim se compreende que lhes faça confusão que tendo eles o que podem e querem ter, o Estado assegure a todos o que a todos deveria ser devido. Não vá o clube elitista e finório da nossa praça ver a sua voz esquecida e aí tivemos os textos de Miguel Sousa Tavares e as afirmações de Cotrim Figueiredo, ambos no Expresso, para não deixar por mãos alheias o que só mãos aperaltadas podem invocar.
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