Por oca­sião do seu 80.º ani­ver­sário, o Se­cre­tário-geral do PCP, Je­ró­nimo de Sousa, em nome do Par­tido, ofe­receu ao ca­ma­rada Carlos Car­va­lhas o livro 100 anos de luta ao ser­viço do povo e da pá­tria, pela de­mo­cracia e o so­ci­a­lismo, com a men­sagem: «um abraço fra­terno de apreço pela tua con­tri­buição ao teu, nosso, Par­tido e à sua luta pelos nossos ob­jec­tivos, ideais e pro­jecto.»

Carlos Car­va­lhas foi Se­cre­tário-geral do PCP entre 1992 e 2004

Carlos Car­va­lhas nasceu em São Pedro do Sul, a 9 de No­vembro de 1941. Li­cen­ciou-se em Eco­nomia pelo Ins­ti­tuto de Ci­ên­cias Eco­nó­micas e Fi­nan­ceiras da Uni­ver­si­dade Téc­nica de Lisboa e, após a li­cen­ci­a­tura, exerceu ac­ti­vi­dade pro­fis­si­onal na Pro­fa­bril, em­presa do Grupo CUF, onde chegou a ser di­rector fi­nan­ceiro.

Em 1969, en­trou para o Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês, tendo es­tado li­gado ao Mo­vi­mento De­mo­crá­tico Por­tu­guês e apoiado o mo­vi­mento es­tu­dantil de opo­sição ao re­gime fas­cista. Par­ti­cipou no Mo­vi­mento Es­tu­dantil e nas cam­pa­nhas elei­to­rais de 1965, 1969 e 1973. Em 1973, in­te­grou a Co­missão Na­ci­onal do 3.º Con­gresso da Opo­sição De­mo­crá­tica, re­a­li­zado em Aveiro entre 4 e 8 de Abril.

Foi re­dactor do jornal No­tí­cias da Ama­dora, um jornal re­gi­onal que di­fundia a voz da Opo­sição De­mo­crá­tica, e do qual chegou a ser di­rector. Par­ti­cipou na fun­dação do Con­selho Por­tu­guês para a Paz e Co­o­pe­ração e in­te­grou a sua Pre­si­dência. De 1969 a 1974 co­la­borou es­trei­ta­mente com o mo­vi­mento sin­dical. Após o 25 de Abril, foi Se­cre­tário de Es­tado do Tra­balho em cinco go­vernos pro­vi­só­rios (I, II, III, IV e V), es­tando li­gado à con­sa­gração das grandes con­quistas re­vo­lu­ci­o­ná­rias dos tra­ba­lha­dores.

A nível elei­toral, Carlos Car­va­lhas foi can­di­dato da CDU à pre­si­dência da Câ­mara Mu­ni­cipal de Lisboa e, em 1991, con­correu às elei­ções Pre­si­den­ciais com o apoio do PCP. De­pu­tado no Par­la­mento Eu­ropeu, no Con­selho da Eu­ropa, onde foi pre­si­dente do Grupo Co­mu­nista, na União da Eu­ropa Oci­dental e, du­rante vá­rios anos, na As­sem­bleia da Re­pú­blica. Foi membro do Con­selho de Es­tado.

In­tensa ac­ti­vi­dade

Na es­tru­tura do Par­tido, Carlos Car­va­lhas in­te­grou a Co­missão junto do Co­mité Cen­tral para as Ac­ti­vi­dades Eco­nó­micas e di­rigiu a re­vista EC – Eco­nomia – Ques­tões Eco­nó­micas e So­ciais.

Membro do Co­mité Cen­tral do PCP desde o VIII Con­gresso, em 1976, até ao XXI, em 2020, Carlos Car­va­lhas in­te­grou igual­mente o Con­selho Na­ci­onal do Par­tido de 1992 a 1996. In­te­grou a Co­missão Po­lí­tica e o Se­cre­ta­riado do Co­mité Cen­tral até 2004.

De­pois de, em Maio de 1990, ter sido eleito Se­cre­tário-geral ad­junto do PCP, era Álvaro Cu­nhal o Se­cre­tário-geral, Carlos Car­va­lhas foi eleito Se­cre­tário-geral em De­zembro de 1992, aquando do XIV Con­gresso, no quadro da re­no­vação da es­tru­tura de di­recção do Par­tido. Foi re­e­leito em 1996 e 2000, por oca­sião dos XV e XVI con­gressos.

Em 2004, na sequência do XVII Con­gresso do PCP, é eleito Se­cre­tário-geral do PCP Je­ró­nimo de Sousa e Carlos Car­va­lhas mantém-se como membro do Co­mité Cen­tral, onde per­ma­neceu até 2020. Con­ti­nu­ando a manter, desde então, uma co­la­bo­ração ac­tiva com o Par­tido no de­sen­vol­vi­mento da sua acção.

“Avante!”, 11 de Novembro de 2021