O pedido da OMS às farmacêuticas para que não subam preços reforça a necessidade de outra política relativamente às vacinas. Sem monopólios, o custo de vacinar poderia ser, pelo menos, 5 vezes mais baixo.
Tiago Petinga / Agência Lusa
Segundo um ministro francês citado pela agência noticiosa AFP, mas não identificado, a Pfizer/BioNTech e a Moderna, que beneficiaram de investimento público para produzir as vacinas contra a Covid-19, baseadas na tecnologia do ARN mensageiro, vão aumentar os preços das doses para a União Europeia, justificando a subida com a adaptação das vacinas às variantes do novo coronavírus.
Esta quarta-feira, a subdirectora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que, «numa situação de mercado normal, os preços devem baixar e não aumentar», tendo alertado para a importância de as farmacêuticas praticarem «preços acessíveis».
“A Constituição da República Portuguesa aponta para uma democracia plena,
o vivido desenrola-se numa democracia liberal e das fraquinhas.” Anónimo
Estão entregues as listas concorrentes às eleições autárquicas. Apesar do poder local democrático ser, dos vários poderes eleitos em Portugal, o modelo mais democrático – vai além da componente representativa incorporando uma forte componente participativa -, não está livre da corrosão que se faz sentir nos modelos de organização política dos estados do tempo presente.
Curiosamente, a propósito da crise económica em Cuba e mais estranhamente da pujança económica da China, a denominada “civilização ocidental”, cega, vê falha nos modelos de organização política das chamadas democracias populares não detetando nada, apenas virtudes, nas suas viçosas democracias liberais.
O INE divulgou no passado dia 28 de Julho os resultados preliminares do XVI Recenseamento Geral da População – Censos 2021.
Os resultados tornados públicos precisarão de uma leitura muito mais aprofundada, com dados que ainda não estão disponíveis e cruzando diversos elementos. Mas há um dado que podemos desde já identificar: Portugal continua a perder população (-2,0%) e acentua-se o padrão de «litoralização» e concentração da população junto da capital do País.
Não há engenharia matemática que consiga contrariar a realidade que estes números, mesmo preliminares, expõem e que há muito o PCP tem vindo não só a denunciar, como a apresentar propostas para uma política alternativa patriótica e de esquerda que inverta este rumo de declínio.
Volta e meia, a realidade impõe que regressemos a Almeida Garrett e à questão que colocou em meados do século XIX: «já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?»
O autor de Viagens na Minha Terra não tinha (e dificilmente poderia ter, no Portugal de então) uma visão científica, marxista, do capitalismo. Moviam-no sobretudo fortes motivações morais. Contudo, tivesse ou não consciência disso, apercebia-se já do que passados mais de cem anos Armindo Rodrigues descreveria como «um mundo de duas faces, de miséria e opulência».