Vinte anos, centenas de milhares de mortos, quatro milhões de deslocados, quase três milhões de refugiados e milhares de milhões de dólares depois da chamada ofensiva “Liberdade Duradoura” dos EUA para tirar os talibãs do poder, o Afeganistão está de novo à mercê dos fundamentalistas, que dizem dominar já mais de 85% do país.
A invasão norte-americana, que era suposto propiciar a consolidação de um Estado democrático e levar a cabo uma “guerra às drogas”, como não se cansaram de propalar os media corporativos, termina com um saldo em que a estabilidade política do país nem uma miragem consegue ser, e com a região a afirmar-se como o centro do cultivo e contrabando de ópio. A Aliança do Norte que os EUA e a NATO colocaram no governo abriu a porta aos “senhores da guerra e da papoula” e o resultado está à vista. Dados de 2019 situam os lucros do negócio clandestino entre 1.2 e 2.1 mil milhões de dólares, superior aos das exportações legais. Os talibãs, à sua conta, terão arrecadado 14 milhões.
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