Reunidos em Lisboa, esta segunda-feira, os agricultores exigiram uma PAC virada para os mercados de proximidade, para os sistemas policulturais e para o rejuvenescimento da agricultura com rendimentos justos.

A manifestação desta tarde, promovida pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), seguiu da antiga FIL para o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, sede da Presidência Portuguesa da União Europeia, onde se realizava hoje a reunião informal dos ministros da Agricultura da União Europeia.
Em comunicado, a CNA refere que, desde a entrada na União Europeia, foram eliminadas em Portugal perto de 400 mil explorações agrícolas, sobretudo pequenas e médias, e que o rendimento dos agricultores se tem vindo a «degradar».
A confederação critica ainda, no documento, a distribuição das ajudas públicas, afirmando que 7% dos grandes agricultores recebem cerca de 70% dos fundos comunitários, enquanto que para os restantes 93% sobram apenas 30%. «A injustiça é tanto maior quando se calcula que estes 93% dos agricultores representam cerca de 50% do valor da produção», sublinha.
Neste sentido, a CNA reclama que a Política Agrícola Comum (PAC) contemple «instrumentos de regulação pública do mercado e da produção, de forma a permitir estabilidade e preços justos para os agricultores» e que assegure «uma distribuição justa das ajudas, atribuídas apenas a quem produz».
Os agricultores protestaram ainda contra a falta de resposta por parte do Governo em relação aos elevados prejuízos causados nas culturas por javalis e outros animais selvagens, e exigiram a concretização plena do Estatuto da Agricultura Familiar.
O protesto contou com o apoio e com a participação da Coordenadora Europeia Via Campesina (ECVC), da COAG (Coordinadora de Organizaciones de Agricultores y Ganaderos), do SLG (Sindicato Labrego Galego), do EHNE Bizkaia e do SOC-SAT (Sindicato de Obreros del Campo – Sindicato Andaluz de Trabajadores) e da Confédération Paysanne (França).
“AbrilAbril”, 14 de Junho de 2021