O início da afixação de propaganda eleitoral exterior, em Arouca, suscita algumas notas breves.
O foco no preço da água (aspecto fundamental, mas não o único a ter em conta), é a clara tentativa de instrumentalizar o justo e generalizado descontentamento da população. Onde estão as obras de renovação e expansão das redes que passariam a ser efectuadas sem que isso “depauperasse” as finanças municipais? A (pouca) obra de alargamento das redes, recentemente lançada, não teve o suporte de fundos municipais?
Por outro lado, procura desviar a atenção das responsabilidades próprias, decorrentes da conivência, no processo de concessão da exploração das redes de abastecimento de água e saneamento. Processo cuja concretização ocorreu em momento de prevalência geral do princípio do “utilizador/pagador” a nível dos poderes central (Governo Passos/Portas) e local, apresentado como ”intocável” e que serviu de cortina de encobrimento ao prosseguimento do processo de transformação do acesso à água num negócio.
Finalmente, ao prolongar a vozearia vinda de trás, pretende lançar uma campanha eleitoral, no seguimento da(s) anterior(es), em que conjuntamente com o poder local actual tentarão encenar uma campanha em que a “alternativa” se situe entre um e outro.
Não são alternativas.
Arouca precisa de outra política. Uma política alternativa que valorize os serviços públicos e os trabalhadores, crie as condições para a recuperação da gestão municipal dos serviços concessionados, defenda o investimento público, apoie as freguesias de forma equilibrada, promovendo a coesão territorial e social, de prevalência do interesse público, reinvidique políticas de acesso à habitação, de diversificação da actividade económica (o turismo é importante, mas insuficiente), com criação de empregos com direitos, de apoio aos MPME, de valorização do património, da promoção do direito à cultura e ao desporto e à sua fruição, que promova a defesa ambiental.
Aos arouquenses caberá a opção de escolher entre falsas alternativas ou dar força, ultrapassando preconceitos, à construção de uma alternativa de futuro com a CDU.
Arouca, 08 de Maio de 2021 – CARC