Porque mantém a actualidade publicamos a última nota enviada à Comunicação Social Local.

I – Desde o primeiro caso registado de COVID 19 e da resposta ao surto epidemiológico são várias as consequências económicas  e sociais sentidas: desemprego, diminuição do rendimento disponível das famílias e degradação da qualidade dos serviços públicos prestados às populações.


II – Na resposta dos serviços públicos, ao longo destes sete meses, foram (são ainda) várias as fragilidades:

– na Saúde, devido ao insuficiente investimento e ao foco na resposta à COVID 19, assistimos ao cancelamento de consultas, redução ou inexistência de consultas presenciais em hospitais e centros de saúde e encerramento de serviços em centros de saúde e em extensões de saúde. Entretanto, os serviços foram normalizando, mas ainda subsistem défices de resposta. Só agora, ao que consta, serão reabertas as extensões de saúde de Alvarenga e Rossas;

 – na Educação, com o chamado “Ensino à Distância” aumentaram as desigualdades sociais, nas aprendizagens dos alunos. Agora, com o retorno da actividade presencial, num quadro de não reforço de meios, não existência de brigadas de intervenção rápida e de resposta standard aos casos de COVID na população escolar, crescem os casos e a resposta varia de município para município;

– nos Transportes Públicos, a intervenção pública (lay-off), em vez de ter promovido o aumento da oferta, levou precisamente à sua redução. Em Arouca vimos o número de carreiras drasticamente reduzido, aumentando o isolamento das populações. Apesar da retoma, entretanto havida, a oferta está longe de ser a necessária;

– nos restantes serviços públicos (Segurança Social, Finanças, CGD, Conservatórias), com o confinamento e a adopção de um regime de teletrabalho resultante, não da necessidade do utente ou da gestão  do serviço, mas do confinamento, quase desapareceu o atendimento presencial. Com o fim do Estado de Emergência, e apesar da adopção de medidas de proteção sanitária para trabalhadores e utentes, a resposta ao atendimento presencial dos utentes continua incompreensivelmente insuficiente.


III – Agora que os números da epidemia voltam a subir e o pânico a crescer, talvez seja hora dos autarcas, ou não fosse a eles que compete zelar pelos direitos de fregueses e munícipes, indagarem junto dos vários serviços públicos do concelho as razões da resposta insuficiente e exigir junto das tutelas a resolução dos problemas.


IV – Uma má resposta dos serviços públicos, além de cercear direitos das populações,   gera  legítimas  insatisfações  populares,   e  alimenta   os   populismos   e fascismos que por aí andam.  Não por acaso, na vizinha Espanha, vemos  os herdeiros do fascismo franquista, aproveitando  as insatisfações geradas pelos confinamentos, a promover, com descaramento, manifestações pela liberdade.

Arouca, 12 de Outubro de 2020

A Coordenadora Concelhia da CDU de Arouca