Apesar das cinzentas previsões económicas difundidas nestes tempos de orçamentos do Estado e da União Europeia, quando o discurso da restrição e dos cortes é repetido ad nauseum, quem parece imune são os grupos dominantes da economia e da bolsa portuguesas. Nem o pandémico COVID-19 os perturba na sua caminhada de olhos fixados nos dividendos.
A remuneração accionista engorda pelo segundo ano consecutivo, com as cotadas na Bolsa de Lisboa a distribuir cerca de 1 900 milhões de euros aos accionistas, evidenciando um aumento anual de 170 milhões de euros.
No pódio estão a EDP, que distribui 677 milhões, a Portucel (Navigator) que pula para a segunda posição (310 milhões) e a Galp Energia (287 milhões), mantendo a petrolífera o objectivo de aumentar anualmente os dividendos distribuídos em 20%!
Também a Cofina, a Corticeira Amorim, a Altri, a Media Capital, a NOS, os CTT e a Sonae aumentam o dividendo concedido aos capitalistas e, no caso das duas primeiras, o valor da remuneração é duplicado.