Cai a gota de um vírus
sobre o rumor de uma pétala.
Por um instante permanece suspensa
de um fio de muco numa boca ou nariz.
Salta para o vazio e é um planeta incendiado
no ardor do nácar e da safira em cada país.
Lume recém-nascido que resvala
pela língua indolente da vida,
com a perturbadora imagem
da fragilidade humana
no seio do universo.
Vírus submerso na sua negritude
e na luz encandeante da sua origem,
que surge como epidemia universal,
onde somos apenas presença
que simplesmente se evade.
Arouca, 03 de Março
Álvaro Couto