As grandes acções de massas que irromperam na América Latina e um pouco por todo o mundo, tendo motivações imediatas e características diversas, têm em comum a revolta generalizada contra o estado de coisas existente ou seja, contra as insuportáveis injustiças e desigualdades sociais inerentes ao capitalismo agudizadas pelo aprofundamento da sua crise estrutural. Caracterizadas pela grande combatividade e coragem com que defrontam a violência da repressão têm desafiado o imperialismo, abalado os alicerces de regimes que se julgavam impunes e alcançado vitórias que, ainda que parciais e contaminadas pelo cálculo da classe dirigente em «mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma», não deixam de ter importante significado político.
Tão ampla explosão de lutas populares que do Haiti ao Líbano ou à França, passando pela Colombia, Chile, Equador, Bolívia e outros países mobilizam milhões de pessoas, na sua grande maioria jovens despertos para a luta pelos seus direitos e pela soberania dos seus países, suscita solidariedade, grandes esperanças, reflexões e também lições para a nossa própria luta.