Muito foi escrito sobre a crise de 1929/30 e, nos 90 anos da sua eclosão, os neoliberais procuram de novo, com esta efeméride, ressuscitar teses que justifiquem a política económica que serve a acumulação do capital, a concentração e centralização de capitais, a concentração da riqueza.
Antes da «crise de 2007/2008», apesar de já se terem verificado outras, neoliberais e keynesianos comungavam da ideia que o capitalismo tinha superado as suas crises e, no nosso País, com a entrada de Portugal na Zona Euro, afirmava-se ao mais alto nível (Vítor Constâncio, António Guterres, …) que os problemas de financiamento e de endividamento deixavam de existir.
Foi baseado em tal crença que, por exemplo, o Banco de Portugal, contra as objecções e protestos do PCP, procedeu a sucessivas vendas de ouro. Não havendo crises e com a estabilidade e «solidariedade» da União Europeia (UE) para quê guardar o ouro como valor refúgio e não substituí-lo por divisas que davam mais rendimento?
A crise de 2007/2008 tirou-lhe as ilusões.