“A vaca bebe muita água e faz muito cocó.”
Tobias Alecrim, 5 anos, pré-estudante e pan-activista
A turma da Greta, Ensaios.
Cento e sessenta anos depois da publicação de “A origem das espécies” de Charles Darwin e noventa e dois após Werner Heisenberg ter postulado “O princípio da incerteza” um sobressalto varreu a ciência no passado mês de Setembro, a funda reflexão de Tobias Alecrim sobre a vaca, as emissões de carbono e a pegada ecológica.
Reconheço a minha irritação após notícia de que o Magnífico Reitor da vetusta Universidade de Coimbra tinha decretado a proibição do consumo de carne de vaca aos alunos mais desfavorecidos da sua instituição. Contudo, a leitura da obra, cuja citação abre este texto, deu-me um novo olhar (inovador, moderno e feliz) sobre a matéria, que vê a abstinência da carne como o fim da história, a salvação do planeta e o nirvana dos indivíduos (todos).
Tobias Alecrim disseca: “as pessoas não devem comer carne de vaca” porque “a vaca bebe muita água” e depois “as pessoas não têm água para beber” e porque “a vaca come muita soja (através da ração)”, o que obriga a “queimar floresta e acaba com o tofu”. Numa consubstanciação invulgar num texto desta natureza, é-nos dado saber, em nota de rodapé, pela pena do pai do Tobias, professor universitário com 3 doutoramentos, que 200gr de Tofu Fumado Biológico Joya custam 2,49 euros nos hipermercados Continente.