A problemática da relação do homem com a natureza está desde a fundação do marxismo no primeiro plano das preocupações do movimento operário e do seu programa de emancipação social. O desenvolvimento do capitalismo com a intensificação da exploração do trabalho humano e a ilimitada predação da natureza tornou a luta em defesa do ambiente uma tarefa particularmente urgente e até dramática em várias regiões do planeta. E a questão das alterações climáticas, tornou-se um tema actualidade.
Entretanto é por demais evidente que em torno das questões ambientais há muito aproveitamento político oportunista, muito vedetismo, muita manipulação ideológica, muita instrumentalização política. Dos espectáculos de Al Gore ao cruzeiro da jovem sueca ou às «greves climáticas», assistimos a uma mediatização mundialmente articulada que, partindo de problemas reais, abusa particularmente da generosidade da juventude, e que confunde e assusta muito mais do que informa e esclarece. É cada vez mais claro que em torno desta questão se movimentam grandes interesses económicos e que, mais que uma genuína vontade de enfrentar reconhecidas situações de catástrofe ambiental (é ver a situação em que se encontra o Haiti quase dez anos após o trágico tremor de terra de 2010), o que espreitam são novas oportunidades de negócio e de rapina neocolonial.