Há certos comentadores especializados em reaccionarices, e há reaccionarices que, de forma recorrente, vêm à liça pela mãos destes ou de outros.
No primeiro caso está Manuel Carvalho (MC), director do Público, que nos brinda amiúde com os seus escritos, sempre eivados de ódio pelo papel que o PCP tem nesta nova fase da vida política nacional e, no segundo caso estão as 35 horas de trabalho semanal, objectivo pelo qual os trabalhadores lutam há décadas.
Esta semana, MC indigna-se porque, imagine-se, ninguém propõe a reversão da reposição das 40 horas na Administração Pública.
Amarrado que está à ideia de um regime laboral com um horário de sol a sol, MC fala das 35 horas como um «luxo de país rico», fingindo não saber que o horário de 40 horas semanais é, esse sim, um luxo a que continuam a poder permitir-se a maioria dos patrões deste país, amealhando toda a riqueza produzida, apesar de qualquer trabalhador produzir mais hoje em 35h do que, seguramente, há décadas em 50 ou 60 horas semanais.