Não haja ilusões, nem equívocos: aos braços abertos, estendidos aos refugiados pela boa vontade isolada de alguns grupos de pessoas, a União Europeia contrapõe uma política de braços bem fechados.

Resgate de refugiados, no Mediterrâneo, ao largo da Líbia, pela ONG catalã Proactiva Open Arms. Foto de arquivo, CréditosAris Messinins / AFP
Os pouco mais de cem refugiados que penavam à deriva no Mediterrâneo a bordo do barco Open Arms desembarcaram, finalmente, em Lampedusa, Itália. Cem refugiados, cem vidas salvas à condição, mas uma parcela ínfima de um drama que persiste mesmo quando a comunicação social domesticada não dá por ele. A embarcação, porém, foi apresada: parece que salvar vidas é crime.
Os náufragos desembarcaram por ordem de um tribunal italiano porque, ao menos uma vez, a justiça conseguiu sobrepor-se a uma política sinistra que não é apenas de Itália – ao contrário do que pretende fazer-se crer – mas de toda a União Europeia. A realidade é esta, não haja ilusões nem equívocos: aos braços abertos, estendidos aos refugiados pela boa vontade isolada de alguns grupos de pessoas, a União Europeia contrapõe uma política de braços bem fechados. Como tenazes.